Nova ameaça: China vai tarifar os EUA em US$ 60 bilhões em produtos

Publicado em 03/08/2018 12:03

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Em retaliação aos últimos movimentos do presidente americano Donald Trump, a China, por meio de um comunicado do Ministério das Finanças, informou que poderá tarifar US$ 60 bilhões em produtos importados americanos. As taxas deverão variar de 5% a 25% sobre 5,207 mil tipos de importações americanas caso as tarifas de Trump se confirmem sobre US$ 200 bilhões em produtos da China. 

Esse novo movimento do governo de Xi Jinping é reflexo da intensificação das tensões entre os dois países e de uma resposta mais dura dos chineses à primeira rodada de tarifas que comeceu a valer no mês passado. Além disso, no início desta semana, Trump considerou elevas as taxações americanas de 10% para 25% e a notícia, mais uma vez, pesou severamente sobre o mercado financeiro global. 

"Em violação a um consenso bilateral alcançado após múltiplas rodadas de negociação, os Estados Unidos, de novo, aumentaram, unilateralmente, os atritos comerciais", disse o comunicado da Comissão do Conselho Estadual da Comissão Tarifária da China. 

No início da semana, notícias davam conta de que China e EUA, por meio de seus líderes, estariam novamente reunidos nos próximos dias para retomarem sus negociações. As informações, porém, não se confirmaram e o estímulo que a notícia deu ao mercado em um primeiro momento, logo se dissipou. 

Já nos próximos dias ou semanas, uma série de tarifações americanas sobre US$ 16 bilhões de produtos chineses poderão começar a valer e traz novas preocupações a investidores mundo a fora.

Entre a lista chinesa de produtos americanos estão, entre outros, carne bovina, café, nozes, bebidas alcóolicas, minérios, químicos, produtos de couro, produtos de madeira, móveis e peças de automóveis. O comércio China - EUA vale, ao ano, cerca de US$ 650 bilhões em produtos e serviços, e essa é a maior relação comercial de todo o mundo. 

"Mas, a China exporta muito mais para os EUA do que o inverso, o que faz com que o desafio para os chineses de responder às tarifas americanas seja bem maior. Essas novas taxas poderiam afetar cerca de 38% de todas as vendas externas americanas para a China, que somam aproximadamente US$ 170 bilhões no total", diz uma notícia da CNN Money. 

EUA x China - Comércio

A imagem acima, da CNN Money, mostra que 18% das importações da China vão para os EUA, enquanto 8% das exportações amcericanas vão para a China

Com informações da Bloomberg e da CNN Money

China não aceitará "chantagem" comercial dos EUA, diz mídia estatal nesta sexta

PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - A mídia estatal chinesa disse neste sábado que as tarifas de retaliação do governo sobre 60 bilhões de dólares em produtos dos Estados Unidos mostravam restrições racionais, enquanto acusaram o governo norte-americano de chantagem.

Na noite de sexta-feira, o ministro das Finanças chinês revelou tarifas adicionais sobre 5207 bens importados dos Estados Unidos, com alíquotas adicionais entre 5 e 25 por cento do valor total dos produtos, menos da metade do que foi proposto pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump.

A resposta segue a proposta do governo Trump de uma tarifa de 25 por cento sobre 200 bilhões de dólares de importações chinesas.

"As contramedidas da China são racionais", disse o Global Times, um tablóide dirigido pelo oficial Diário do Povo, em um comentário.

"A China não irá se apressar para competir com números dos Estados Unidos", disse a publicação, ecoando comentários feitos pelo canal televisivo estatal.

Os EUA e a China implementaram tarifas de 34 bilhões entre seus bens em julho. É esperado que Washington em breve implemente tarifas sobre mais 16 bilhões de dólares em bens chineses, sobre as quais a China já disse que irá corresponder de maneira imediata.

"A pressão extrema da Casa Branca e a chantagem já estão claras para a comunidade internacional", dizia um comentário do canal estatal. "Tais métodos de chantagem extrema não irão afetar a China."

A China até agora já impôs ou propôs tarifas sobre 110 bilhões em produtos norte-americanos, representando a vasta maioria das importações anuais da China sobre produtos dos EUA. No ano passado, a China importou 130 bilhões em bens daquele país.

"Os Estados Unidos têm repetidamente recorrido à táticas de enganação, tentando forçar a China a ceder, tanto superestimando seu próprio poder de barganha como subestimando a determinação chinesa e sua habilidade de defender sua dignidade nacional e os interesses de seu povo", disse um editorial da agência de notícias oficial Xinhua.

O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no entanto, continuava decidido sobre a investida de Washington por condições comerciais mais justas com a China.

"O presidente Trump herdou um regime comercial injusto onde os trabalhadores e empresas norte-americanas não estavam sendo tratados de maneira recíproca ou justa pelos chineses, e os esforços do governo Trump têm a intenção de acertar isso, de corrigir isso", disse Pompeo a jornalistas em paralelo a um fórum regional em Cingapura.

Pompeo acrescentou que havia discutido questões comerciais com o conselheiro estatal chinês Wang Yi na sexta-feira.

Na Reuters:

China diz que tarifas propostas sobre EUA são racionais e restritas

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PEQUIM (Reuters) - O Ministério do Comércio da China disse nesta sexta-feira que a nova proposta de Pequim de tarifar 60 bilhões de dólares em produtos norte-americanos é racional e restrita e alertou que se reserva o direito de contramedidas adicionais com a intensificação da guerra comercial.

Em um comunicado, o ministério disse que o timing da implementação das novas tarifas sobre produtos norte-americanos vai depender de ações dos Estados Unidos.

Washington reforçou a pressão por concessões comerciais de Pequim esta semana ao propor elevar para 25 por cento as tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses.

Casa Branca diz que determinação de Trump é firme em comércio com a China

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WASHINGTON (Reuters) - O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, alertou a China nesta sexta-feira a não subestimar a determinação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, demonstrando pouca preocupação com a ameaça de Pequim de impor tarifas retaliatórias sobre 60 bilhões de dólares em produtos dos EUA.

"É melhor não subestimar o presidente", disse Kudlow em entrevista à Fox Business Network. "Ele permanecerá firme."

A China anunciou nesta sexta-feira tarifas retaliatórias sobre 60 bilhões de dólares em produtos norte-americanas, de gás natural liquefeito (GNL) a algumas aeronaves, e alertou para outras medidas, sinalizando que não recuará na guerra comercial com Washington. [L1N1UU0P6]

Kudlow, que dirige o Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, disse que a China está cada vez mais isolada na arena comercial, com Washington se movendo em direção a acordos comerciais com a União Europeia e com o México.

"Estamos nos unindo com a União Europeia para fechar acordo com eles, então teremos uma frente unida contra a China e, eu acho, que a maior parte de nossa equipe comercial lhe dirá que estamos nos aproximando do México", disse ele. "A China está cada vez mais isolada com uma economia fraca".

Os Estados Unidos chegaram a um acordo sobre o comércio na semana passada, sob o qual Washington concordou em não colocar novas tarifas sobre as importações da UE, evitando possível arrecadação de 25 por cento sobre as importações de automóveis que o governo Trump vinha considerando. 

Kudlow também disse à Bloomberg Television que os Estados Unidos e a Europa estão fazendo progressos em suas negociações comerciais e poderão anunciar alguns acordos no próximo mês. [nE6N1UF012]

(Reportagem de Tim Ahmann e Susan Heavey)

Movimento do BC da China impulsiona iuan e enfraquece o dólar

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Por Tom Finn

LONDRES (Reuters) - O iuan disparou e o dólar dos Estados Unidos registrava uma queda acentuada nesta sexta-feira, depois que o banco central chinês elevou depósito compulsório para posições futuras do iuan em moeda estrangeira e disse que buscará manter sua moeda basicamente estável.

O iuan da China caía para o menor nível em 14 meses no início desta semana, com os investidores vendendo a moeda e investindo em dólares devido às preocupações de que o conflito entre Washington e Pequim possa prejudicar a economia chinesa.

"É tudo sobre o dólar e iuan. Esse movimento tem impulsionado a ação nos mercados de câmbio e puxado o dólar para baixo de forma ampla", disse Valentin Marinov, diretor de estratégia de câmbio do G10 no Credit Agricole.

"Esta medida (do banco central) torna mais difícil apostar contra o iuan, mas as chances são de que não veremos uma reversão de tendência no dólar. A guerra comercial e a ameaça à economia chinesa são os fatores que mais dominam o movimento no mercado."

O banco central da China disse que vai determinar um depósito compulsório de 20 por cento a partir de segunda-feira para instituições financeiras adotando posições futuras do iuan em moeda estrangeira.

A moeda chinesa caiu quase 10 por cento desde o início de abril e os investidores especularam que sua fraqueza seria encorajada pelo Banco do Povo da China para conter o impacto das tarifas dos EUA sobre suas exportações.

O índice de dólar reduzia os ganhos e recuava 0,08 por cento em relação à cesta de moedas, a 95,088. A súbita fraqueza do dólar levava o euro e o dólar australiano para território positivo.

Chinesa Unipec suspende compras de petróleo dos EUA diante de guerra comercial

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Por Florence Tan e Josephine Mason

CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - A chinesa Unipec, braço de trading da gigante estatal Sinopec, suspendeu as importações de petróleo dos Estados Unidos devido a uma crescente guerra comercial entre Washington e Pequim, disseram três fontes a par do assunto nesta sexta-feira.

As fontes recusaram-se a ser identificadas, pois não estão autorizadas a falar com a mídia.

Não está claro quanto tempo a suspensão temporária vai durar, mas uma das fontes disse que a Unipec não agendou novas compras de petróleo dos EUA pelo menos até outubro.

A Unipec e a Sinopec, a maior agente de refino da Ásia e a maior compradora de petróleo dos EUA, não responderam aos pedidos de comentários.

Compradores chineses já haviam desacelerado suas compras de petróleo dos EUA para evitar uma provável tarifa de importação ameaçada por Pequim em meio à crescente disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Pequim colocou os produtos energéticos norte-americanos, incluindo petróleo e produtos refinados, em uma lista de produtos que serão afetados por um imposto de importação de 25 por cento, em retaliação a medidas semelhantes de Washington.

O governo chinês, no entanto, ainda não disse quando imporá as tarifas.

(Por Josephine Mason e Meng Meng, em Pequim, e Florence Tan, em Cingapura)

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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