Economia brasileira tem maior queda mensal em maio, mostra BC, após greve dos caminhoneiros
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A economia brasileira encolheu em maio da maneira mais intensa já vista, como reflexo dos fortes efeitos da greve dos caminhoneiros que prejudicou diretamente a atividade e abalou ainda mais a confiança de empresariado e consumidores. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) e divulgado nesta segunda-feira, recuou 3,34 por cento em maio sobre o mês anterior. Foi a pior leitura mensal na série histórica do indicador, iniciada em 2003.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 3,45 por cento em maio, na mediana das projeções de especialistas consultados.
"A greve veio e é principal fator sim. Mas já havia muitos indicativos de que a economia não apresentaria resultados tão expressivos", afirmou o analista da consultoria Tendências Lucas Souza, citando trajetória declinante dos índices de confiança.
"A queda (de maio) deve ser revertida parcialmente em junho e nos próximos meses. Mas, dada a natureza da instabilidade que essa greve gerou, com tabelamento do frete, ela afeta mais uma vez a confiança", completou Souza.
Após a greve dos caminhoneiros, a Tendências já havia reduzido sua expectativa de alta do PIB a 1,7 por cento em 2018, sobre 2,8 por cento antes.O resultado do IBC-BR em maio apagou a alta de 0,50 por cento registrada pelo índice em abril, em dado revisado pelo BC depois de divulgar avanço de 0,46 por cento anteriormente.
Na comparação com o mesmo mês de 2017, o IBC-Br recuou 2,90 por cento e no acumulado em 12 meses registrou alta de 1,13 por cento, de acordo com o BC, nos dois casos em dados observados. Os impactos da greve dos caminhoneiros já foram sentidos em diversos setores da atividade e ajudaram a derrubar ainda mais as previsões de crescimento do PIB neste ano, inclusive dentro do governo. Em maio, a produção industrial despencou 10,9 por cento, ritmo mais forte de contração em quase uma década e desde a crise financeira mundial, enquanto que as vendas no varejo tiveram a primeira contração no ano e o volume de serviços a maior queda em sete anos. [nL1N1U00CR][nL1N1U80DZ][nL1N1U90E7] Pesquisa Focus do BC divulgada nesta manhã mostrou que a projeção de crescimento do PIB em 2018 agora é de 1,5 por cento, metade dos 3 por cento indicados há alguns meses.[nE6N1ST055] O Ministério da Fazenda, que também chegou a falar em crescimento de 3 por cento neste ano, agora calcula expansão de 1,6 por cento, mesmo cenário do BC. [nL1N1U80VC] O IBC-Br incorpora projeções para a produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
(Edição de Camila Moreira e Patrícia Duarte)
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