Por Alana Wise e Caroline Hroncich
LONDRES (Reuters) - Uma onda de otimismo sobre a resiliência da economia global ajudou as ações europeias a obter ganhos apesar da escalada da disputa comercial entre Estados Unidos e China e de renovadas divisões no governo britânico acerca do Brexit.
O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,59 por cento, a 1.507 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,6 por cento, para o seu nível mais alto desde 22 de junho, e o DAX, da Alemanha, avançou 0,4 por cento.
O FTSE 100 do Reino Unido ficou à frente do pelotão, com alta de 0,9 por cento, conforme a libra esterlina caiu depois que uma segunda renúncia no alto escalão atrapalhou o governo.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou nesta segunda-feira em protesto contra os planos da primeira-ministra britânica, Theresa May, para a saída do país da União Europeia, com a segunda renúncia em menos de 24 horas a ameaçar o planejamento da premiê para a desfiliação britânica da UE.
Fortes dados de emprego nos Estados Unidos que saíram na sexta-feira tranquilizaram investidores em ações, que ainda não testemunharam uma desaceleração tangível devido à implementação de barreiras comerciais mais altas.
"As tarifas comerciais reais não são novidade, o mercado estava ciente delas há mais de um mês e, por enquanto, as condições ainda favorecem o crescimento financeiro, permitindo que os mercados subam", argumentaram os analistas do London Capital Group.
"O sentimento pode permanecer resiliente até que vejamos evidências sólidas de que essas tensões comerciais alimentam dados econômicos mais baixos, particularmente na China", acrescentaram.
Dados publicados nesta segunda-feira também mostraram que as exportações alemãs cresceram mais do que o esperado em maio, aliviando um pouco as preocupações dos investidores de que a maior economia da Europa seria afetada pelas tensões comerciais.
As ações industriais Siemens, ABB e Schneider Electric, que estavam entre as maiores perdedoras em meio às tensões comerciais, subiram entre 0,6 a 1,8 por cento.
As ações de bancos deram o maior impulso para o STOXX, lideradas pelos papéis de HSBC, Santander e Credit Suisse, com o setor mostrando uma reação após ter sido um dos mais atingidos pelo crescente protecionismo.
O índice FTSEurofirst 300 fechou em alta de 0,59 por cento, a 1.507 pontos.
Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,92 por cento, a 7.687 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,38 por cento, a 12.543 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,42 por cento, a 5.398 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,49 por cento, a 22.033 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,22 por cento, a 9.927 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,77 por cento, a 5.642 pontos.
Inflação da Venezuela em 12 meses atinge 46.305% em junho, diz Congresso
CARACAS (Reuters) - Os preços ao consumidor na Venezuela aumentaram 46.305 por cento no período de 12 meses encerrado em junho, disse o Congresso de maioria opositora nesta segunda-feira, e a hiperinflação do país em crise continua a acelerar em meio a um colapso econômico cada vez mais abrangente.
O governo do presidente Nicolás Maduro parou de divulgar indicadores econômicos quase três anos atrás, quando o sistema econômico socialista do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) começou a ruir, transformando os parlamentares opositores na única fonte de tais dados.
A inflação de junho subiu para 128,4 por cento, ante 110,1 por cento, o que representa o índice mais alto neste ano, de acordo com o parlamentar opositor Angel Alvarado. O preço dos alimentos subiu 183 por cento em junho.
"É de longe a pior hiperinflação sofrida por um país latino-americano", disse Alvarado em uma entrevista.
O governo de Maduro, que foi reeleito em maio em uma eleição que dezenas de governos estrangeiros descreveram como manipulada, prometeu adotar medidas para melhorar a situação.
Ele insiste que a eleição foi livre e justa, e diz que os problemas da nação são resultado de uma "guerra econômica" comandada por líderes empresariais opositores que aumentam os preços arbitrariamente.
(Por Corina Pons)