Bovespa: Índice recua com exterior negativo e continuidade de incertezas eleitorais
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista começava o segundo semestre com perdas, conforme permanecem dúvidas sobre o desfecho eleitoral no país e acompanhando o viés negativo em praças acionárias no exterior nesta segunda-feira, onde os negócios eram afetados pela manutenção de incertezas sobre o comércio global.
Às 10:53, o Ibovespa caía 0,85 por cento, a 72.146 pontos. O volume financeiro na bolsa somava 974 milhões de reais.
No primeiro semestre, o principal índice de ações da B3 acumulou queda de 4,76 por cento. Em dólar, a perda alcançou quase 19 por cento.
No exterior, o foco está voltado o prazo de 6 de julho em que os EUA vão impor tarifas sobre 34 bilhões de dólares em produtos chineses, o epicentro de uma disputa acirrada entre Washington e as principais economias que agitou o mercado financeiro.
Em Wall Street, o S&P 500 cedia 0,5 por cento.
"A questão no exterior está pesando um pouco, o tal fator 'guerra comercial', ainda em meio a temores de que China e EUA cumpram recentes ameaças de tarifar bilhões de dólares em produtos um do outro no final da semana", disse um operador de uma corretora no Rio de Janeiro.
"Ao mesmo tempo, o cenário eleitoral no país segue indefinido", acrescentou.
A continuidade da saída de capital externo da bolsa também segue enfraquecendo o pregão brasileiro, com o saldo negativo em junho até o dia 27 alcançando 6,2 bilhões de reais, totalizando saídas líquidas de 10,2 bilhões de reais em 2018.
O quadro econômico ainda debilitado endossa o viés negativo para as ações brasileiras. Analistas do Itaú BBA revisaram as expectativas de crescimento dos lucros em 2018 para 58 por cento ante 68 por cento estimados em maio, conforme relatório da equipe de estratégia enviado a clientes.
DESTAQUES
- VALE caía 1,4 por cento, principal pressão negativa no Ibovespa dada a sua relevante participação no índice, em sessão negativa para os preços do minério de ferro na China, após dados apontarem crescimento industrial chinês mais lento no mês passado.
- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN recuavam 1,5 e 1,3 por cento, respectivamente, com setor bancário como um todo no vermelho, em meio ao viés negativo na bolsa. BANCO DO BRASIL cedia 1 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT perdia 1,1 por cento.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíam 0,6 e 0,9 por cento, respectivamente, também pesando, conforme os preços do petróleo mostravam fraqueza no exterior, e seguem as dúvidas sobre a autonomia da petrolífera de controle estatal.
- CVC perdia 1,6 por cento, conforme a operadora de turismo segue afetada pelo fortalecimento do dólar ante o real, com potencial efeito negativo nas vendas de pacotes internacionais pela companhia.
- BRF subia 12,2 por cento, na contramão, após anunciar na última sexta-feira que pretende vender 5 bilhões de reais em ativos no segundo semestre deste ano, em uma "freada de arrumação" da empresa. O Credit Suisse elevou a recomendação das ações para 'neutra', citando o plano de desinvestimentos e a queda recente dos papéis.
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