Índices de Wall Street caem com ameaças comerciais crescentes

Publicado em 25/06/2018 19:34
Reuters

NOVA YORK (Reuters) - Uma crescente disputa comercial entre os Estados Unidos e outras importantes economias abalaram os índices acionários dos EUA nesta segunda-feira, dando ao S&P 500 e ao Nasdaq suas perdas mais acentuadas em mais de dois meses.

O índice Dow Jones caiu 1,33 por cento, a 24.253 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,372474 por cento, a 2.717 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 2,09 por cento, a 7.532 pontos.

O Dow Jones encerrou a sessão abaixo de sua média móvel de 200 dias pela primeira vez desde junho de 2016.

O S&P 500 chegou a cair até 2 por cento no início do dia após notícias de que o Departamento do Tesouro dos EUA estava estudando restrições que poderão impedir empresas com ao menos 25 por cento de controle chinês de comprar empresas de tecnologia dos EUA.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, mais tarde disse pelo Twitter que restrições se aplicarão, não especificamente à China, mas sim a "todos países que estão tentando roubar nossa tecnologia".

Mas os principais índices de Wall Street apenas limitaram perdas depois do assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, indicar uma postura menos dura sobre restrições de investimento em entrevista à CNBC.

Investidores disseram que os comentários de Navarro são de alguma forma tranquilizantes, mas ainda deixam incerteza sobre relações comerciais.

"Na margem, é de ajuda, mas mostra sinais conflitantes do governo, então a situação continua preocupante", disse Jim Awad, diretor sênior da Hartland & Co.

Secretário do Tesouro dos EUA diz que novas restrições de investimento não serão específicas para China

WASHINGTON (Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda-feira que as futuras restrições de investimento do Departamento do Tesouro não serão específicas para a China, mas vão se aplicar "a todos os países que estão tentando roubar nossa tecnologia".

Em uma publicação no Twitter, Mnuchin disse que as notícias sobre restrições de investimento da Bloomberg e do Wall Street Journal "são falsas, notícias falsas".

Uma autoridade do governo disse à Reuters no domingo que o Departamento do Tesouro dos EUA estava esboçando restrições que impedirão empresas com ao menos 25 por cento de propriedade chinesa de comprarem companhias norte-americanas com “tecnologia industrial significativa”.

O tuíte de Mnuchin veio em meio a uma divergência de opiniões entre as principais autoridades do governo Trump sobre o quão agressiva deve ser uma abordagem ao desafiar as práticas comerciais da China. O governo ainda debate alguns aspectos das novas restrições de investimento que devem ser anunciadas na sexta-feira, disse uma autoridade do governo.

Também existem divergências sobre as tarifas norte-americanas sobre 34 bilhões de dólares em mercadorias chinesas, que devem entrar em vigor em 6 de julho, o que, segundo a China, provocaria retaliações envolvendo suas importações de soja e veículos automotores americanos.

Mnuchin tem estado no lado mais moderado do debate, junto com o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, que está se recuperando de um ataque cardíaco. Argumentando por uma abordagem mais agressiva das tarifas e restrições de investimento na China estão o consultor de comércio e indústria da Casa Branca, Peter Navarro, e o Representante Comercial dos EUA, Robert Lighthizer.

No mês passado, Mnuchin disse que uma guerra comercial com a China estava "suspensa" depois que autoridades das duas maiores economias do mundo realizaram conversas em Pequim que estavam focadas em abrir mais setores da economia chinesa e aumentar as compras de produtos americanos.

Mas em 29 de maio, a Casa Branca anunciou que o governo Trump iria seguir em frente com uma tarifa de 25 por cento sobre 50 bilhões de dólares de produtos chineses e restrições de investimento específicas da China.

"Para proteger nossa segurança nacional, os Estados Unidos implementarão restrições específicas de investimento e reforçarão os controles de exportação para as pessoas e entidades chinesas relacionadas à aquisição de tecnologia industrialmente significativa", disse a Casa Branca em comunicado. "As restrições de investimento propostas e os controles de exportação aprimorados serão anunciados até 30 de junho de 2018 e serão implementados logo em seguida."

Lighthizer disse que conseguir que a China abra seu mercado para mais exportações dos EUA foi significativo, mas que era muito mais importante para os Estados Unidos resolverem problemas com a China, como transferências forçadas de tecnologia e furto cibernético.

Europa retaliará se EUA impuserem tarifas sobre automóveis, diz ministro francês

PARIS (Reuters) - A Europa vai reagir se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguir adiante com a ameaça de impor tarifas de importação sobre carros fabricados na Europa, disse o ministro das Finanças da França nesta segunda-feira.

Trump escalou as tensões comerciais na sexta-feira ao ameaçar atingir todas as importações de carros montados na União Europeia (UE) com uma tarifa de 20 por cento.

A ameaça surge pouco depois que os Estados Unidos impuseram tarifas sobre aço e alumínio fabricados na Europa, em um movimento que os aliados da Otan de Washington criticaram como injustificável.

"Se os Estados Unidos nos atacarem novamente com um aumento de 20 por cento nos carros, responderemos novamente. Não queremos uma escalada, mas somos os que estão sendo atacados", disse Le Maire à Anglo-American Press Association.

Trump postou sua ameaça no Twitter no dia em que as represálias da União Europeia entraram em vigor contra as tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio europeus. A UE mirou 3,2 bilhões de dólares em produtos americanos exportados para o bloco de 28 membros, incluindo bourbon e Harley Davidsons

A empresa informou nesta segunda-feira que moverá a produção de motocicletas que embarca para a UE dos Estados Unidos para suas instalações internacionais e prevê que as tarifas de retaliação custariam à empresa entre 90 milhões e 100 milhões de dólares por ano.

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Fonte:
Reuters

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