Começa a haver retomada de atividade dos caminhoneiros, mas ainda é lenta, diz Padilha

Publicado em 28/05/2018 13:37

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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta segunda-feira que pela manhã ainda restavam 557 concentrações de caminhoneiros parados e disse que a retomada da atividade ainda é lenta, e o governo espera se acelere ao longo do dia.

"Nossa preocupação maior é a normalização do abastecimento o mais rápido possível", disse Padilha a jornalistas no Palácio do Planalto.

A paralisação dos caminhoneiros entra no oitavo dia nesta segunda-feira, apesar do anúncio feito pelo presidente Michel Temer na véspera com medidas que atendem às principais demandas da categoria, como redução do preço do diesel em 46 centavos por litro por um período de 60 dias.

"No nosso entendimento, a negociação que o governo tinha que fazer com caminhoneiros encerrou-se", disse Padilha, acrescentando que foi negociada a extinção do movimento dos caminhoneiros com as lideranças.

"Cumprimos a nossa parte, e agora por certo esperamos que a outra parte cumpra a sua", disse Padilha

Não há prazo (em O Antagonista)

Ministros de Michel Temer deixam claro na coletiva deste início de tarde que não sabem quando o país voltará à normalidade.

Sérgio Etchegoyen (GSI) diz, em coletiva, que o reabastecimento de combustível em todo o país virá “com a velocidade que nós conseguirmos”.

“É inevitável um retardo na reposição dos estoques mínimos.”

O ministro acrescenta que a greve dos caminhoneiros “ainda vai nos trazer alguns transtornos”.

Eliseu Padilha (Casa Civil) reconhece que ainda há caminhões parados nas rodovias de todo o país. No boletim mais atualizado, o governo identificou 557 bloqueios.

“Acho que a greve não vai acabar facilmente”

O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, conhecido como China, disse que o governo atendeu, sim, a todos os pedidos da categoria, mas que a greve deve persistir enquanto o preço do diesel não cair nas bombas.

“Acho que a greve não vai acabar facilmente. O preço do diesel continua o mesmo na bomba, nada mudou”, afirmou ele, segundo registro de O Globo.

“Novos impostos”

Eduardo Guardia, ministro da Fazenda, diz que dos 46 centavos de redução do preço do diesel, 16 centavos virão de “novos impostos”. 

“Não haverá congelamento de preços”

É o que acaba de afirmar o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

Ele diz que o valor do diesel não será alterado apenas pelos próximos 60 dias, como anunciado ontem à noite por Michel Temer.

Depois desse prazo, os reajustes passarão a ser mensais, e não mais diários.

De onde virá a grana, segundo o governo

O acordo anunciado pelo governo para tentar pôr fim à greve dos caminhoneiros custará 9,5 bilhões de reais.

Eduardo Guardia, ministro da Fazenda, detalhou de onde virão esses recursos:

— R$ 4,1 bilhões da reserva de contingência do governo;

— R$ 3,8 bilhões do corte de dotações já estabelecidas;

— R$ 1,6 bilhão de recursos que iriam para a capitalização de estatais.

Será preciso aumentar impostos para compensar queda no diesel, diz Guardia

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira que o governo terá de aumentar impostos de "outras coisas" ou retirar benefícios tributários para garantir uma das partes da redução de impostos sobre diesel, com impacto de 4 bilhões de reais este ano.

"Haverá aumento (de impostos) para alguém? Sim", afirmou ele em coletiva de imprensa, acrescentando ainda que essa compensação também pode vir com eliminação de benefícios hoje existentes.

"Isso não é aumento da carga tributária, é um movimento compensatório previsto na lei", afirmou ele.

Na noite passada, o presidente Michel Temer anunciou redução do preço do diesel em 46 centavos de real por litro por 60 dias, em atendimento às reivindicações dos caminhoneiros. Mesmo assim, a categoria mantinha a paralisação que tem provocado desabastecimento em todo o país.

Desses 46 centavos de real, 30 centavos serão bancados até o final do ano pela União, via programa de subvenção que custará 9,5 bilhões de reais, coberto por uma sobra de 5,7 bilhões de reais que o governo tem em relação à meta de déficit primário, além de corte de despesas de 3,8 bilhões de reais.

Os 16 centavos adicionais virão por redução de impostos, ao custo total de 4 bilhões de reais, perda de receita que, por lei, deverá ser compensada por outras fontes, ressaltou Guardia. Ele destacou que a aprovação do projeto de reoneração da folha de pagamento pelo Congresso Nacional é crucial para essa cobertura mas, sozinho, não dará conta do recado.

Ele lembrou que o projeto, tal qual aprovado pela Câmara dos Deputados, teria impacto positivo de 3 bilhões de reais em 12 meses. O texto ainda demanda cumprimento de noventena para começar a valer, de forma que seu efeito líquido não será suficiente para tapar o buraco de 4 bilhões de reais.

"Assim que tivermos a reoneração aprovada, vamos sair com os atos legais mostrando como vamos chegar (à redução total de 16 centavos em impostos sobre o diesel)", acrescentou Guardia.

O ministro avaliou que a greve dos caminhoneiros terá impacto temporário e não tenderá a alterar o comportamento da inflação. Mais cedo, disse que mantinha a projeção de crescimento de 2,5 por cento este ano.

A greve dos caminhoneiros tem afetado a atividade econômica nos últimos dias e influenciado a leitura de agentes econômicos. Segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta manhã, as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caíram a 2,37 por cento na semana passada, sobre 2,5 por cento antes.

 

IMPORTADORES

Com as medidas, ao custo total de 13,5 bilhões de reais, o governo na prática congelará o preço do diesel por 60 dias. Depois disso, os reajustes da Petrobras passarão a ser mensais, não mais diários, mudança que ainda demanda aval do Conselho de administração da estatal.

E o governo garantirá, em meio a eventuais oscilações, desconto máximo de 46 centavos no valor do diesel, sendo 30 centavos por meio da subvenção e os outros 16 centavos por meio da redução de impostos.

Guardia lembrou que a subvenção será estendida também aos importadores de diesel, para não criar desequilíbrio no mercado com vantagem competitiva para a Petrobras. De acordo com o ministro, o produto importado é responsável hoje por aproximadamente 25 por cento do consumo interno.

Por outro lado, o governo editará uma Medida Provisória para que, quando o preço do mercado internacional for inferior ao preço de referência no mercado interno, haver incidência de um Imposto de Importação equivalente à diferença entre ambos, para eliminar a possibilidade de os importadores terem vantagem em relação à Petrobras.

"Imposto de Importação é um estabilizador que evita que num movimento de queda de preço ela (Petrobras) tenha perda de market share. Petrobras esta totalmente preservada no que a gente está fazendo", disse.

PRAZOS

Guardia estimou que o desconto de 30 centavos por real no diesel poderá ser efetivado ainda nesta semana. Já em relação aos 16 centavos adicionais, reforçou que a redução depende da data de aprovação do projeto de reoneração pelo Congresso.

Questionado sobre qual será a garantia dos descontos chegarem às bombas, Guardia apontou que o Procon e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) terão papel importante na fiscalização .

O ministro da Fazenda disse, por fim, que o prolongamento dos benefícios no ano que vem dependerá do novo governo eleito e que não vê hoje espaço fiscal.

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Fonte:
Reuters/O Antagonista

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