Bovespa recua com exterior negativo; Eletrobras despenca 10%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa brasileira nesta quarta-feira, em meio a um cenário externo desfavorável a ativos de risco e também repercutindo o noticiário corporativo doméstico, com Eletrobras como destaque negativo e Marfrig na ponta positiva.
Às 11:45, o Ibovespa caía 1,74 por cento, a 81.299 pontos. O volume financeiro somava 2,8 bilhões de reais.
No exterior, o índice MSCI para ações de mercados emergentes recuava 0,8 por cento, com a Turquia sob os holofotes, em meio à forte queda da sua moeda, mas também apreensão sobre comentários do presidente Donald Trump, de que não estaria satisfeito com as negociações comerciais entre EUA e Pequim.
Em Wall Street, o S&P 500 perdia 0,4 por cento.
"O viés para os mercados locais é mais negativo hoje, diante de uma cautela crescente no exterior", disse a Guide Investimentos, em nota distribuída a clientes.
Do noticiário doméstico, também estava no radar promessa do governo de zerar a cobrança da Cide sobre o óleo diesel se o Congresso aprovar reoneração da folha de pagamentos.
DESTAQUES
- ELETROBRAS PNB caía 9 por cento e ELETROBRAS ON desabava 10,3 por cento, após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmar na véspera que a Medida Provisória 814, que trata da privatização da elétrica estatal, não será votada pelo Congresso Nacional e perderá a validade.
- RUMO recuava 3 por cento, após forte alta na véspera. Em nota recente, o BTG Pactual destacou que uma potencial queda no preço do diesel seria negativa para a operadora ferroviária, que ganha competitividade em relação ao transporte de caminhões quando o diesel sobe, uma vez que o combustível representa um percentual menor em suas despesas operacionais do que no caso dos caminhões.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíam 2,7 e 2 por cento, respectivamente, apesar de analistas avaliarem que o acordo envolvendo corte da Cide sobre o diesel é positivo para a companhia. De pano de fundo nesta sessão, o petróleo recuava no exterior. A Petrobras também anunciou nova redução para os preços da gasolina e do diesel nas suas refinarias.
- VALE perdia 1,5 por cento, também pesando no Ibovespa dada a relevante participação que detém no índice, conforme os preços do minério de ferro voltaram a recuar na China.
- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN caíam 2,3 e 1,6 por cento, respectivamente, após o 'respiro' na véspera, retomando a trajetória negativa registrada neste mês, com ambos os bancos acumulando queda de cerca de 11 por cento em maio.
- MARFRIG disparava 7,5 por cento, após a companhia anunciar que o processo de venda da unidade Keystone Foods avançou para a segunda fase e que foram selecionadas cinco empresas para participar dessa etapa. A segunda fase do processo de venda da Keystone prevê apresentação de proposta vinculante em junho, informou a empresa.
- COSAN avançava 1 por cento, revertendo perdas do começo da sessão, em meio a avaliação de que o acordo que envolve a redução da Cide sobre preços de combustíveis deve ter efeito negativo pequeno para a produtora de açúcar e etano. No setor, SÃO MARTINHO, que não está no Ibovespa, também melhorou em relação à abertura e subia 0,8 por cento.
(Por Paula Arend Laier)
0 comentário
Auxílio a produtores e fomento à tecnologia marcam 1º semestre da Comissão de Agricultura
Wall Street sobe com alívio em ações de tecnologia
Ibovespa avança na abertura com aval externo e balanços em foco
Negociadores de Mercosul e UE se reunirão em setembro em sinal de movimento sobre acordo comercial
Dólar amplia perdas com retomada da normalidade nos mercados globais
Importações da China voltam a crescer, mas desaceleração das exportações eleva preocupações