NOVA YORK (Reuters) - O Dow e o S&P 500 registraram ganhos pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira, a maior sequência em cerca de um mês, à medida que as preocupações de investidores sobre um crescente conflito comercial entre Estados Unidos e China se dissiparam e aumentou o foco nos resultados que se aproximam.
O Dow Jones subiu 0,99 por cento, a 24.505 pontos, o S&P 500 ganhou 0,69 por cento, a 2.663 pontos, e o Nasdaq avançou 0,49 por cento, a 7.077 pontos.
O Índice de Volatilidade CBOE, o medidor mais amplamente acompanhado de volatilidade esperada para o curto prazo no S&P 500, fechou em queda de 1,12 ponto a 18,94, seu menor fechamento em mais de duas semanas.
A Boeing, entre as ações mais abaladas na quarta-feira após a China retaliar com em tarifas sobre 50 bilhões de dólares de importações dos EUA, subiu 2,7 por cento, dando ao Dow seu maior impulso, seguido pelo Goldman Sachs, com alta de 1,3 por cento.
"Estamos de três a seis meses longe de ver qualquer coisa, e em três a seis meses, pode haver muita negociação. Não precisaria de muito para fazer disso uma questão menos dramática", disse Peter Tuz, presidente da Chase Investment Counsel.
O otimismo sobre resultados do primeiro trimestre aumentou, com a expectativa de que o JPMorgan Chase e outros financeiros darão início ao período de resultados na próxima semana.
"Estamos entrando na temporada de resultados com uma boa quantidade de otimismo, amplamente puxada pelas novas, mais baixas taxas de juros e também por outros pedaços de evidência de que a economia está indo muito bem", disse Tuz.
As previsões de resultados aumentaram acentuadamente desde que o Congresso aprovou mudanças radicais nos impostos dos EUA no ano passado, com expectativas de que o crescimento dos resultados do primeiro trimestre seja o maior em sete anos.
Brasil ainda avalia disputa EUA-China, diz Maggi; sem previsão sobre BRF
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil, maior exportador global de soja e carnes de frango e bovina, ainda não tem estimativas de quanto poderá ganhar com um acirramento da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, que anunciaram tarifas retaliatórias recíprocas, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a jornalistas nesta quinta-feira.
A China anunciou na véspera taxas a produtos norte-americanos, incluindo soja, milho, algodão, etanol e carne bovina, em resposta a medidas semelhantes dos EUA.
Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, a soja brasileira deverá ser beneficiada com a disputa comercial entre norte-americanos e chineses.
A oleaginosa é o principal produto de exportação do Brasil, que tem na China --maior comprador global do grão-- seu principal cliente.
"Não temos cálculo ainda do benefício da taxação da China aos produtos americanos... Não sabemos ainda a dimensão disso tudo", declarou Maggi, ao ser questionado sobre o assunto.
Ele disse que o Brasil "é um país confiável para fornecimento de alimentos para China".
As declarações foram feitas durante um evento em Brasília para celebrar o reconhecimento do país como livre de febre aftosa com vacinação.
Segundo Maggi, o Brasil deverá avançar em mercados que pagam mais pela carne brasileira com tal reconhecimento.
O país deverá ser reconhecido como livre de aftosa com vacinação em maio, durante assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris.
Em cerimônia com a presença do presidente Michel Temer, Maggi não elaborou sobre sua afirmação relativa a mercados que pagam mais pela carne, em um momento em que o Brasil segue enfrentando algumas barreiras consideradas técnicas para exportar a carne bovina in natura para os Estados Unidos, devido a problemas sanitários registrados no ano passado.
BRF
Maggi afirmou também que o governo brasileiro não tem previsão do fim de um "auto-embargo" estabelecido pelo Ministério da Agricultura a unidades da BRF na exportação de carnes de aves.
A medida, que afeta dez fábricas da companhia nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná e Goiás, deve-se a questões sanitárias questionadas pela UE.
Diante do "auto-embargo", a BRF vai dar férias coletivas de 30 dias a mais 3,5 mil funcionários nas unidades produtivas de Rio Verde (GO) e Carambeí (PR) a partir de 14 e 21 de maio, respectivamente, elevando o total de empregados afetados por medidas de ajuste de produção para cerca de 7 mil.
Além das unidades de Rio Verde e Carambeí, a BRF já havia decidido por ajustes de produção nas unidades de Capinzal (SC) e Mineiros (GO).
"Devo ir a Bruxelas neste final de semana e vamos discutir lá com autoridades sanitárias", disse Maggi, ressaltando que ainda não há como adiantar os resultados de sua missão.