Ibovespa fecha quase estável após dia volátil; Wall St termina em queda

Publicado em 28/03/2018 18:12

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SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa brasileira fechou a quarta-feira com o seu principal índice quase estável, em dia volátil, tendo como pano de fundo um quadro misto no exterior, com o avanço da mineradora Vale e de bancos privados proporcionando algum suporte.

O Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,08 por cento, a 83.874 pontos. Na mínima, caiu 1,1 por cento. O volume financeiro do pregão somou 8,8 bilhões de reais.

No exterior, o dia foi marcado por queda de commodities e praças acionárias com dia misto. Em Wall St, o S&P 500 cedeu pressionado por Amazon, após o presidente dos EUA, Donald Trump, indicar que deseja mais controle governamental sobre as atividades do grupo.

A saída dos estrangeiros da bolsa paulista desde o mês passado corrobora a fraqueza do Ibovespa. Até 24 de março, o saldo acumulado no ano está negativo em 134 milhões de reais.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN avançaram 0,92 e 0,65 por cento, respectivamente, acelerando os ganhos na parte da tarde. SANTANDER UNIT subiu 1,62 por cento, e BANCO DO BRASIL ON cedeu 0,32 por cento.

- VALE ON valorizou-se 1,66 por cento, apesar do recuo dos preços do minério de ferro à vista na China. O jornal Valor Econômico publicou mais cedo que a mideradora deve atrelar pagamento de dividendo ao Ebitda.

- MARFRIG ON subiu 3,55 por cento, maior alta do Ibovespa, tendo no radar balanço do último trimestre de 2017 com Ebitda de 493 milhões de reais, alta anual de 24 por cento, e compromisso com redução da alavancagem em 2018.

- SANEPAR UNIT avançou 2,06 por cento, revertendo perdas após informar que a agência reguladora paranaense Agepar autorizou que a empresa reajuste suas tarifas de água e esgoto em 5,12 por cento a partir de 17 de maio.

- B3 teve acréscimo de 1,99 por cento.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 1,12 e 1,24 por cento, nesta ordem, na esteira do recuo dos preços do petróleo no exterior.

- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB caíram 4,78 e 4,56 por cento, respectivamente, na ponta negativa do Ibovespa, com persistentes dúvidas sobre o processo de privatização da companhia.

- CEMIG PN recuou 3,15 por cento, tendo no radar proposta vinculante da elétrica mineira à sua controlada Renova Energia para a aquisição da participação da empresa na Brasil PCH.

- LIGHT ON desabou 12,43 por cento, após a elétrica divulgar proposta da administração para assembleia de acionistas no final de abril para aumento do limite do capital autorizado da companhia.

Wall St fecha em queda após perdas da Amazon em sessão tumultuada

Por Stephen Culp

NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários em Wall Street fecharam em queda após uma sessão tumultuada nesta quarta-feira à medida que ganhos de bens de primeira necessidade e serviços de saúde foram compensados por uma queda acentuada nas ações da Amazon e um recuo persistente nas ações de tecnologia.

O índice Dow Jones caiu 0,04 por cento, a 23.848 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,29 por cento, a 2.605 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,85 por cento, a 6.949 pontos.

Os três principais índices encerraram o dia em território negativo após a liquidação puxada por tecnologia no fim do dia na terça-feira, depois do rali na segunda-feira com operadores voltando-se para apostas defensivas após a volatilidade elevada das últimas semanas.

"As pessoas deveriam esperar o que está acontecendo dado o tipo de volatilidade que temos visto, bem como o fato de que estamos meio que em vácuo de notícias antes de resultados trimestrais", disse Chuck Carlson, presidente da Horizon Investment Services. "É um mercado que está realmente olhando para a próxima liderança".

A varejista online Amazon.com chegou a cair até 6,7 por cento, perdendo mais de 53 bilhões de dólares em valor de mercado após uma reportagem de que o presidente Donald Trump indicou que queria controlar a companhia. A ação depois limitou perdas e fechou o dia em queda de 4,4 por cento.

As ações da fabricante de automóveis Tesla despencaram 7,7 por cento, ampliando perdas recentes, após um rebaixamento da nota de crédito e notícias de que autoridades estão investigando uma batida fatal e incêndio na Califórnia.

Amazon perde US$ 31,8 bi em valor de mercado com rumores de ameaça de Trump

As ações da Amazon fecharam em baixa de 4,38% nesta quarta-feira (28), depois de chegarem a cair 7,4% na máxima do dia, após o site Axios indicar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pensaria em mudanças tributárias para o grupo de varejo e tecnologia dos EUA.

Em valor de mercado, a Amazon perdeu no dia cerca de US$ 31,8 bilhões.

Trump teria falado sobre mudar o tratamento tributário da Amazon porque está preocupado com o fechamento de pequenos varejistas familiares, afirmou o site citando cinco pessoas não identificadas que discutiram o assunto com o presidente.

A Amazon não pode ser contatada imediatamente para comentários.

A queda das ações perdeu força após um funcionário da Casa Branca dizer que não sabia de nenhuma mudança de política específica relacionada à Amazon no momento, acrescentando que estava sempre olhando para diferentes opções em uma série de questões.

"Ele é obcecado pela Amazon", disse uma das pessoas, segundo o site. "Os amigos ricos de Trump dizem que a Amazon está destruindo seus negócios. Seus amigos do setor imobiliário dizem a ele —e ele concorda— que a Amazon está matando shoppings e varejistas de tijolo e argamassa", escreveu o Axios.

Jeff Bezos, presidente-executivo da Amazon, é também dono do jornal The Washington Post, que Trump critica com frequência.

O site diz ainda, citando uma das pessoas familiarizadas com o assunto, que Trump "se perguntou em voz alta se pode haver alguma maneira de ir atrás da Amazon com leis antitruste ou de concorrência".

O presidente não teria por enquanto, porém, um plano para fazer isso acontecer.

As ações de tecnologia já estavam sob pressão depois que o Facebookreconheceu no começo do mês que os dados de usuários haviam sido indevidamente coletados por uma empresa de consultoria que participou da campanha de Trump em 2016.

"Com o Facebook e as preocupações regulatórias, a última coisa que os nervosos investidores em tecnologia queriam ver era a notícia de que Trump está mirando Bezos e a Amazon nos próximos meses, enquanto continua pairando essa nuvem sobre as ações e aumenta o perfil de risco aos olhos do mercado acionário", disse o analista da GBH Insights Daniel Ives.

Ainda segundo a Axios, Trump se incomodaria com o uso que a Amazon faz dos correios, dizendo que a empresa pegou carona nos contribuintes e no tratamento confortável que os serviços postais americanos recebem. 

"A coisa toda do correio, é uma percepção que ele tem", disse outra pessoa ao site. "Foi explicado a ele em várias reuniões que sua percepção é imprecisa e que os correios realmente ganham muito dinheiro com a Amazon."

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Fonte:
Reuters

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