Fed deve elevar juros e pode melhorar cenário para 2018 em 1ª reunião sob comando de Powell
Por Jonathan Spicer
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve deve elevar a taxa de juros em sua primeira reunião de política monetária sob o comando do chairman Jerome Powell e pode sinalizar mais altas em resposta aos cortes tributários e aos gastos do governo que devem alimentar uma economia robusta nos Estados Unidos.
O banco central dos EUA projetou no final do ano passado que elevaria os juros três vezes em 2018, mas alguns investidores acreditam que o estímulo fiscal e recentes indicações de pressões inflacionárias levarão as autoridades a acrescentar mais um aumento a essa conta.
O Fed divulgará seu comunicado de política monetária às 15h (horário de Brasília). Powell falará à imprensa meia hora depois.
As autoridades do Fed têm especulado nas últimas semanas que o estímulo pode levar mais norte-americanos a um mercado de trabalho já apertado e elevar a inflação para a meta do banco central de 2 por cento, ou bem acima desse nível se a economia se aquecer demais.
Ainda assim analistas estão divididos sobre se o Fed, que está cauteloso em relação a tomar uma medida errada sob a nova liderança, aumentará as expectativas de aperto monetário até que mais pressões de preços estejam claramente evidentes, especialmente dados os riscos externos à economia como uma possível guerra comercial.
"Uma instituição prudente provavelmente daria mais peso aos fatos, ao menos por enquanto", escreveu em nota Roberto Perli, ex-economista do Fed que agora é parceiro da Cornerstone Macro. Ele prevê que o Fed vai manter a projeção de três altas neste ano.
A marcha do Fed para estimular a maior economia do mundo na esteira da crise financeira de 2007-2009 está chegando ao fim. O banco central elevou a taxa de juros três vezes no ano passado, para a faixa de 1,25-1,50 por cento, conforme o desemprego caiu e o crescimento econômico acelerou. Nesta quarta-feira a expectativa é de mais um aumento de 0,25 ponto percentual.
Com os mercados futuros esperando nova alta em junho, o Fed pode deixar sua perspectiva inalterada até lá, para ver como a economia absorve o estímulo esperado de 1,8 trilhão de dólares dos cortes tributários e gastos planejados da administração Trump.
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