Indústria da China cresce mais que o esperado no início do ano sob ameaça de novas tarifas dos EUA

Publicado em 14/03/2018 08:26

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PEQUIM (Reuters) - A produção industrial da China cresceu muito mais rápido do que o esperado no início do ano, sugerindo que a economia pode estar ganhando força mesmo com o presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, preparando fortes tarifas contra um dos principais motores de seu crescimento, a tecnologia.

Tarifas sobre as exportações de tecnologia podem potencialmente afetar o segmento do setor industrial da China, uma área que os líderes do país querem promover conforme buscam um crescimento econômico de "maior qualidade".

Trump busca impor tarifas sobre 60 bilhões de dólares de importações chinesas pelos EUA e vai mirar os setores de tecnologia e telecomunicações, informou a Reuters na terça-feira.

A mais recente ameaça comercial dos EUA, após a adoção de taxas sobre o aço e o alumínio na semana passada, ofuscou os dados robustos de produção industrial e de investimentos da China para os dois primeiros meses do ano.

"Existe uma boa possibilidade de que Trump faça muito mais contra a China...A situação comercial é obviamente um risco e um desafio relativamente novo para a China", disse o economista Kevin Lai, do Daiwa Capital Markets.

A produção industrial avançou 7,2 por cento entre janeiro e fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira, contra expectativa de analistas de 6,1 por cento e registrando forte aceleração sobre a marca de 6,2 por cento de dezembro.

Analistas esperavam uma ligeira queda devido à repressão sobre as indústrias poluentes, mas os dados mostraram que a produção de aço da China subiu para o nível mais alto em meses uma vez que as siderúrgicas se prepararam para a aceleração sazonal na construção na primavera.

Entretanto, os dados do início do ano na China são normalmente tratados com cautela devido a distorções provocadas pela data em que cai o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar, no final de janeiro em 2017 mas em meados de fevereiro neste ano.

Uma inesperada recuperação dos investimentos também sugere um cenário mais resiliente para a economia, mesmo sob o peso de atritos comerciais com os EUA.

O crescimento do investimento em ativos fixos acelerou para 7,9 por cento entre janeiro e fevereiro contra expectativa de 7 por cento e ante ritmo de 7,2 por cento em 2017.

As vendas varejistas também retomaram força, avançando 9,7 por cento diante de expectativa de alta de 9,8 por cento e sobre 9,4 por cento em dezembro.

Empresas de tecnologia pressionam ações da China em meio a preocupações com protecionismo dos EUA

XANGAI (Reuters) - Os mercados acionários da China caíram nesta quarta-feira, pressionados pelas empresas de tecnologia uma vez que os temores de protecionismo dos Estados Unidos ofuscaram dados fortes de produção industrial e de investimento na China, enquanto uma repressão regulatória sobre especulação afetou ainda mais o apetite de risco.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,44 por cento, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,57 por cento.

A produção industrial da China cresceu muito mais rápido do que o esperado no início do ano, sugerindo que a economia pode estar ganhando força mesmo com o presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, preparando fortes tarifas contra um dos principais motores de seu crescimento, a tecnologia.

Tarifas sobre as exportações de tecnologia podem potencialmente afetar o segmento do setor industrial da China, uma área que os líderes do país querem promover conforme buscam um crescimento econômico de "maior qualidade".

Trump busca impor tarifas sobre 60 bilhões de dólares de importações chinesas pelos EUA e vai mirar os setores de tecnologia e telecomunicações, informou a Reuters na terça-feira.

O índice de startups de tecnologia ChiNextp caiu 1,7 por cento. Empresas de telecomunicações e tecnologia da informação também perderam terreno, com o índice que monitora as principias ações de telecomunicações recuando 1,2 por cento.

No restante da região, os mercados também registraram perdas uma vez que os investidores mostraram preocupação com a ameaça de novas tarifas pelos EUA sobre importações chinesas.

Às 7:29 (horário de Brasília), o índice MSCI, que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, tinha queda de 0,33 por cento.

. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,87 por cento, a 21.777 pontos.

. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,53 por cento, a 31.435 pontos.

. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,57 por cento, a 3.291 pontos.

. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,44 por cento, a 4.073 pontos.

. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,34 por cento, a 2.486 pontos.

. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,51 por cento, a 11.038 pontos.

. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,40 por cento, a 3.539 pontos.

. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,66 por cento, a 5.935 pontos.

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Fonte:
Reuters

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2 comentários

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Pessoal, na minha opinião, não importa do lado que estamos porque o mundo vive uma situação dramática nesta disputa entre USA x China. O desenvolvimento dessa crise não irá oferecer vantagens para ninguém, porque todos somos dependentes dessas 2 potenciais mundiais e o resultado será um perde-perde para todas as nações.. Vale lembrar que, em 1973, quando USA abdicou do lastro em ouro de sua moeda, elegeu o petróleo (petrodólares) como lastro sintético de sua moeda, recorrendo e oferecendo benefícios para a Arábia Saudita para que todo o petróleo fosse negociado na moeda dólar. Quando o Iraque e a Líbia passaram a vender o petróleo em outras moedas, foram invadidos e destruídos. A China passou a comprar petróleo desses países e do Iran e da Russia em sua moeda e está criando o petroyuan, com opção de pagar em ouro porque a China tem sua moeda lastreado em ouro. Os Estados Unidos defendem sua moeda e os chineses tentam se livrar da dependência do dólar como referencia máxima e da indexação de todos os ativos globais. Portanto, existe grande preocupação a nível mundial sobre esta disputa inconveniente para todos. O efeito Trump já provocou a extensão da gestão de Xi Jinping por tempo indefinido, sendo ele um diplomata que estudou nos Estados Unidos e conhece muito bem a cultura norte-americana. Sobre a soja, o industriais chineses pediram ao governo que a retaliação da soja americana seja a última e derradeira carta a ser usada.

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  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Esta ai um presidente forte que ,apesar dos obstáculos que lhe criam, vai em frente naquilo que prega... primeiro os americanos.. esta e sua bandeira... não titubeia em cortar o pescoço daqueles que fazem parte de sua equipe e que não seguem suas determinações.. .no caso da Coréia foi apertando o no da gravata e não se intimidou fazendo o coreano abrir o bico... a imprensa brasileira e totalmente contra o Trump... mas esta só divulga mememe... e não enxerga um palmo a frente... esperemos pra ver.. ao meu ver vai ser um presidente que vai acordar os americanos depois de um presidente agua com acucar..

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Também tenho a mesmo opinião, mas até no Noticias Agrícolas estamos começando a ver noticias do tipo... "Trump "impõe" 60 bilhões de dólares em tarifas"... Quando a verdade é que Trump vai negociar tarifas sobre produtos importados da China de uma pauta que atinge a cifra de 60 bilhões de dólares na balança comercial dos dois países.

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    • idemar tozatti Erechim - RS

      O MUNDO PRECISA DE MAIS UNS, 4 0U 5 TRUMP. E QUANTO A ESTE CANAL DE COMUNICAÇÃO!!!!! SÃO UNS "PAU MANDADO".

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Rodrigo... o maior problema dos produtores...eleitores no Brasil é não saber discernir a verdade daquilo que nos pregam...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Realmente Dalzir, separar o que é noticia falsa do que é noticia verdadeira é fundamental para quem quer entender as coisas como verdadeiramente são. Eu espero que o Noticias Agrícolas não enverede por essa via de manipulação de noticias. Eu li na Reuters uma noticia assim, governo chinês responderá à guerra comercial... quando a verdade é que um embaixador da china disse apenas que o governo chinês responderia da maneira adequada. E não falou pelo governo chinês. Então fico pensando... qual o interesse nisso? Depois sai a noticia de que os EUA vão aumentar a área de soja. O que você acha disso? É como dizia meu tio Maximiliano, trouxa morre um e nasce mil.

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Com uma exceção chamada Liones Severo, ninguém, absolutamente ninguém fala na força da demanda. Em 2016 a China levou daqui 38,8 mi de toneladas. Em 2017 levou 54,4 mi de toneladas. O aumento da importação daquele país gira em torno de 10% ao ano. Mas todos os corretores chamados para dar palpite no jornal do meio-dia somente falam em oferta. Esta pode ser enorme, mas se a demanda for maior ainda, vai faltar produto. Fica muito claro a vigarice e a desonestidade de muitos entrevistados. E a safadeza não é exclusividade brasileira. Tem safado lá nos EUA também. Estamos condenados a camelar no campo e ficar com migalhas. Estes idiotas que vendem insumos e máquinas são tão obtusos que não percebem que sem renda não tem como vender a ferragem e aquelas águas milagrosas que cobram peso de ouro. Como podem ser tão ignorantes? Que tenham suas próprias consultorias amestradas para contrapor estes relatórios e estimativas de safras falsos. Aí quando o agricultor guarda semente para sobreviver eles gastam um fardo de dinheiro pra fazer lobby e pagar campanha na mídia. Parem de nos perseguir e nos ajudem a ter renda. Podem ficar tranquilos que não vamos virar seus concorrentes. Vamos investir na lavoura e comprar mais de suas porcarias. Sobre nossos representantes, a Aprosoja se mostrou uma grande decepção. Outra CNA da vida.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Carlos... a demanda tem crescido e ainda mais com preços baixos... lembremos que de a demanda cresceu a produção e oferta cresceram em um % ainda maior..produzimos 90 milhões de tons a duas safras atrás..devemos produzir segundo os entendidos mais de 120 milhões de tons... logo..

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Caro Carlos Willian Nascimento, seu comentário faz todo o sentido e vem ao encontro de uma publicação no meu site (Simconsult):

      "A soja, como todo o produto, pertence ao um processo indissociável. Pela natureza do produto, demanda varias etapas no processo, desde a terra para a produção até utilização final, que se qualifica como cadeia de suprimento global. Todos os serviços, máquinas, equipamentos, insumos, bancos, financiadores, logística, transporte, industrialização etc. são remunerados pelo preço do produto. Ocorre, que quando o produto, neste caso a soja, tem seu preço deprimido, toda a remuneração da cadeia tem seu resultado comprometido. O produto como expressão máxima na cadeia se entitula como soberano". É completamente irracional que exista no processo, participantes em qualquer segmento que torça pela baixa remuneração do produto. abraços

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