S&P cai ligeiramente com EUA citando isenções de tarifas de importação

Publicado em 07/03/2018 21:38

NOVA YORK (Reuters) - O S&P 500 fechou com ligeira queda após a sessão volátil de quarta-feira com investidores lutando para entender a política comercial dos Estados Unidos após o presidente Donald Trump prometer impor tarifas acentuadas, mas dizer depois que México e Canadá poderiam ser isentos.

O Dow Jones caiu 0,33 por cento, a 24.801 pontos, o S&P 500 perdeu 0,05 por cento, a 2.726 pontos e o NasdaqComposite avançou 0,33 por cento, a 7.396 pontos.

Após cair até 0,97 por cento, o S&P voltou a ganhar território após a Casa Branca aparentemente ter feito exceções ao seu plano de impor tarifas de 25 por cento sobre aço e 10 por cento sobre o alumínio.

Preocupações sobre uma possível guerra comercial havia se intensificado após Gary Cohn, que apoia o livre comércio, renunciar a seu cargo como principal assessor econômico de Trump na véspera.

Mas, nesta quarta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que Trump deverá assinar algo até o fim da semana, com "potenciais exceções para o México e Canadá, baseadas em segurança nacional, e possivelmente para outros países também".

"Isso deixa investidores menos preocupados se a tarifa não for aplicada tão amplamente. Mas é especulação neste momento. Nós não temos nada por escrito. Se tem uma coisa que aprendemos sobre essa administração é que poderá mudar até a hora em que estiver escrito", disse Janna Sampson, co-diretora de investimentos da OakBrook Investments.

Ibovespa fecha em leve queda com exterior e noticiário corporativo misto

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou em leve queda nesta quarta-feira, com o mercado brasileiro também afetado por temores globais de maior protecionismo nos Estados Unidos, enquanto o noticiário corporativo doméstico teve efeito misto.

O Ibovespa encerrou em baixa de 0,2 por cento, a 85.483 pontos. O volume financeiro do pregão somou 10,7 bilhões de reais.

As preocupações com a política norte-americana de comércio exterior voltaram à cena após renúncia do assessor econômico da Casa Branca Gary Cohn, forte defensor do livre comércio, bem como sinalização da administração Trump de que seguirá com os planos de impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio.

A porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders afirmou a jornalistas nesta quarta-feira que os planos estão no caminho para serem anunciados até o fim desta semana.

No mercado, um dos temores é com a possibilidade de que retaliações de outros países aos movimentos de Trump poderiam dar início a uma guerra comercial, bem como com a mudança de modo geral na política da Casa Branca

Em Wall Street, o S&P 500 reduziu as perdas no final e fechou em quase estável, o que ajudou a diminuir as perdas do Ibovespa. Na mínima da sessão, o índice de referência da bolsa brasileira caiu quase 1,5 por cento.

Na visão de um gestor ouvido pela Reuters, há também uma piora no ambiente doméstico, com questões como ruídos envolvendo a política de preços de combustíveis da Petrobras e a não instalação na véspera da comissão especial que analisará a desestatização da Eletrobras.

"A impressão é a de que ambições eleitorais já começam a influenciar os movimentos em Brasília, o que é muito ruim para qualquer agenda de governo", disse.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuaram 1,05 e 1,35 por cento, respectivamente, diante da queda do petróleo no exterior. Na véspera, a companhia disse que não pretende mudar sua política para os preços dos combustíveis, após, mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmar em entrevista à rádio CBN que o governo estaria discutindo uma nova política de preços junto à petroleira.

- VALE ON perdeu 0,51 por cento, entre as maiores pressões negativas, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro à vista na China.

- SMILES ON derreteu 9,88 por cento, após informar que planeja reduzir o percentual do lucro destinado à remuneração de seus acionistas a 25 por cento em 2019. GOL PN, que não está no Ibovespa e controla a empresa de programa de fidelidade, caiu 2,31 por cento, tendo ainda no radar o resultado do quarto trimestre de 2017.

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON recuaram 4,51 e 3,07 por cento, respectivamente. A comissão especial que analisará a desestatização da companhia na Câmara deixou de ser instalada na terça-feira após uma questão de ordem do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Esta decisão pode atrasar ainda mais o processo, que tem uma janela muito apertada para ser aprovado a tempo em um ano eleitoral", disse o Itaú BBA em nota a clientes.

- BRF ON subiu 4,23 por cento, após recuar quase 22 por cento nos dois pregões anteriores, afetada por nova fase da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na análise sanitária de produtos alimentícios e envolveu a empresa. O respiro ocorreu mesmo após a agência de classificação de risco Moody's reduzir na terça-feira a nota da BRF de "Ba1" para "Ba2" e manter a perspectiva negativa.

- TIM PARTICIPAÇÕES ON avançou 3,27 por cento, após divulgar plano estratégico que prevê investimento de cerca de 12 bilhões de reais entre este ano e 2020, quando espera ter uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de pelo menos 40 por cento.

- GERDAU PN valorizou-se 2,51 por cento, após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar que vai avançar com seus planos de novas tarifas para o aço importado pelos EUA. A Gerdau, que gera grande parte de sua receita com operações nos EUA, potencialmente se beneficia da medida. Analistas do Bradesco BBI ainda elevaram a recomendação dos papéis para 'outperform', com preço-alvo de 21 reais por ação.

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Fonte:
Reuters

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