A VANGUARDA DO ATRASO E A ALTERNATIVA LIBERAL-REFORMISTA (por Rodrigo Constantino)

Publicado em 05/03/2018 09:38
na Gazeta do Povo

A candidatura do ultra-radical Guilherme Boulos pelo PSOL foi oficialmente anunciada, com apoio dos “intelectuais” de sempre e com a mídia tratando a coisa com a maior normalidade, como se Boulos, líder de um grupo criminoso de invasores de propriedade, fosse apenas mais um no pleito, representando a esquerda (extremistas, como sabemos, só há à direita para nossos jornalistas). Paulo Figueiredo comentou:

Todos os jornais de hoje estão repercutindo com muita simpatia a candidatura de um radical de esquerda barbudo, com maciço apoio dos “intelectuais”, orientação do Frei Beto, Caetano Veloso cantando e reuniões no apartamento-caviar da Paula Lavigne.

Não, você não acordou em 1989. Órfãos de Lula, os homens e mulheres decrépitos que afundaram o Brasil resolveram agora lançar Guilherme Boulos candidato à presidência. A esquerda brasileira perdeu mesmo tudo nos últimos – até a criatividade.

Ao Boulos, desejo apenas que tenha o mesmo início e fim de Lula na política: que comece perdendo as eleições para um outsider e termine a carreira na cadeia.

Vamos só torcer para que ele também não acabe com o que sobrou do Brasil durante o percurso.

Seria cômico, não fosse trágico. Mas enquanto a extrema-esquerda, atordoada, perde-se em retrocessos patéticos e comprova ser mesmo a vanguarda do atraso, a “onda liberal-conservadora” segue aumentando, deixando a turma vermelha afogada no caminho.

O Partido Novo divulgou hoje que ultrapassou a marca de 18 mil filiados, em ritmo de crescimento contrário ao declínio dos partidos de esquerda. Diz a nota do partido:

Em fevereiro batemos o recorde mensal de novas filiações. Foram 1215 novos registros e um crescimento líquido (filiações menos desfiliações) de 1058 filiações.

Na virada do mês, ultrapassamos a marca de 18.000 filiados. Vale lembrar que o NOVO não utiliza qualquer tipo de financiamento público partidário. É o único partido político sustentado exclusivamente por seus filiados e apoiadores, isto é, indivíduos que acreditam e se sentem representados pelas ideias e valores que promovemos. Somos contra a utilização dos impostos para financiar partidos políticos.

Murilo Medeiros, cientista político e assessor legislativo no Senado, publicou um texto na Folha hoje em defesa da agenda liberal-reformista, com dez itens que qualquer moderado de centro pode concordar. Em que pese a escorregada de incluir Macron na lista, o autor apresenta casos como o de Macri na Argentina e Piñeras no Chile para sustentar a onda reformista em alguns países, alegando que o Brasil não pode perder o bonde. Eis a pauta proposta:

1) Responsabilidade fiscal como cláusula pétrea, atrelada à ampliação de investimentos e fortalecimento de reformas estruturais, como a da Previdência; 

2) Maior abertura do país ao mercado internacional, menos regulações estatais e aprofundamento das privatizações;

3) Tolerância zero com o crime, endurecimento das leis penais e mais liberdade para o cidadão se proteger; 

4) Empreendedorismo prestigiado e prioridade à ciência, tecnologia e inovação; mais produtividade, melhores empregos; 

5) Estado simples e eficiente, a serviço dos cidadãos, com menos burocracia, mais transparência e combate firme à corrupção; 

6) Educação de excelência como prioridade nacional: menos doutrinação ideológica e mais ensino de qualidade, com foco no nível básico;

7) Novo pacto federativo, com descentralização de receitas e autonomia a estados e municípios na formulação de políticas públicas;

8) Apoio para os mais pobres prosperarem: programas sociais com ênfase na redução da pobreza e estímulo à igualdade de oportunidades;

9) Simplificação do sistema tributário, com incentivo à formalização e redução de impostos; 

10) Ciclo de crescimento sustentável aliando proteção do meio ambiente com geração de riqueza.

Até pouco tempo atrás, alguém que defendesse essas medidas seria considerado radical. Hoje, fica cada vez mais claro que essa é uma agenda moderada, necessária, de puro bom senso: privatização, abertura comercial, fim de privilégios, redução de gastos públicos e impostos, menos burocracia, descentralização de poder (federalismo), ambiente de negócios mais favorável, endurecimento no combate ao crime, tolerância zero. Quem pode ser contra?

Sabemos a resposta: a esquerda! Os Boulos e Lulas da vida. E também, diga-se, os tucanos, em boa parte. FHC tem sido um defensor do atraso também, ainda que não na mesma intensidade de seu camarada Lula. O autor do texto reconhece que o PSDB está longe de representar uma solução:

Não dá para ocupar a mesma trincheira trabalhista ou social-democrata que petistas e tucanos foram abraçando com o tempo. O caminho que restou, até agora sem representante significativo no Brasil, é a “alternativa liberal-reformista”, de linha centrista. 

Ou seja, acabou a hegemonia da social-democracia, moderada (PSDB) ou radical (PT e companhia), que tem sido responsável pelo resultado medíocre do Brasil, aprisionando o país na armadilha do baixo crescimento e da criminalidade descontrolada.

A tal linha centrista, liberal-reformista, deverá ser o novo extremo “à esquerda”, eliminando do debate aqueles que nunca souberam debater ou respeitar a democracia, como os Boulos da vida. E esses liberais deverão disputar com gente mais à direita, conservadora, especialmente em costumes e valores morais, uma vez que o esgarçamento do tecido social foi total com a libertinagem imposta pela esquerda.

Eis, então, a nova síntese da política nacional: liberais-reformistas e conservadores disputando, competindo, eventualmente concordando em meio a concessões saudáveis, parte natural de toda democracia. Não há mais espaço para os dinossauros vermelhos, para defensores do socialismo, para admiradores de Cuba e Venezuela, para criminosos tratados como revolucionários libertadores por “intelectuais” imbecis. Esse tempo acabou! Só falta comunicar isso aos nossos “formadores de opinião” da velha imprensa…

Rodrigo Constantino

POR QUE O PROTECIONISMO ATRAVANCA O PROGRESSO (por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal)

“Aqueles que dizem que a teoria e a prática são dois domínios não relacionados, ou são tolos em teoria ou desonestos na prática.” Ayn Rand

Desculpem se volto ao assunto, mas Trump e suas políticas comerciais malucas não me deixam alternativa. O presidente americano prometeu ontem impor tarifas de 25% sobre as importações de aço dos Estados Unidos. Estas tarifas recairiam sobre as exportações de vários países, inclusive o Brasil, cujo governo já prometeu formalizar uma queixa técnica perante a OMC.

Pelo Twitter, Trump, histriônico e dramático, como de hábito, disse o seguinte, sobre a decisão (apud Rodrigo Constantino):

“Nós devemos proteger nosso país e nossos trabalhadores. Nossa indústria de aço está em mau estado. SE VOCÊ NÃO TEM AÇO, VOCÊ NÃO TEM UM PAÍS”.

É óbvio que se trata de uma grande besteira. A indústria do aço é muito importante para os Estados Unidos, e afeta a vida de todos os cidadãos: infraestrutura, construção civil, eletrodomésticos, automóveis, etc.. São necessidades praticamente infinitas. Todas as indústrias consumidoras de aço nessa lista (bem como seus consumidores) serão afetadas negativamente pelo aumento do preço da matéria prima. Estamos falando de cerca de 5,4 milhões de trabalhadores afetados, e centenas de milhões de consumidores. Como pode o presidente desprezar os efeitos negativos de sua medida sobre tanta gente?

A coisa se torna ainda mais indesculpável quando se olha para as experiências recentes, especialmente para as tarifas sobre o aço impostas por G. W. Bush, em 2002. Aqueles impostos permitiram que a indústria siderúrgica aumentasse o preço do aço doméstico, sem que houvesse, contudo, um impacto positivo no emprego. No entanto, as indústrias consumidoras não tiveram a mesma sorte. De acordo com estimativas, 200 mil pessoas perderam seus empregos nas indústrias que utilizavam o aço como matéria prima, nos anos seguintes.  Isso representa mais trabalhadores do que há em toda a indústria siderúrgica, cujos empregos as tarifas pretendiam proteger.

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De acordo com a USITC, outra conseqüência das tarifas impostas por Bush foi a dificuldade de obtenção de aço nas qualidades e quantidades desejadas, o que acabou deslocando algumas indústrias de peças semi-acabadas para o exterior, de onde exportavam para os EUA sem pagar as tarifas do aço bruto.

O economista Mark J. Perry, analisando a perda de U$300 bilhões da bolsa americana (S&P 500 Index) somente ontem, depois da divulgação da decisão de Trump, vai direto ao cerne da questão:

“A matemática do protecionismo é bastante simples e bastante feia: os benefícios das tarifas para as empresas protegidas … (medida em termos de empregos, lucros ou valor de mercado adquirido) são sempre menoresdo que os custos impostos ao resto das empresas nacionais em outras indústrias (em termos de empregos, lucros ou valor de mercado perdido). A reação do mercado hoje às tarifas de Trump sobre aço e alumínio diz praticamente tudo o que você precisa saber sobre os males e os custos do protecionismo. Se houvesse mesmo uma possibilidade remota de que o protecionismo pudesse de algum modo gerar benefícios líquidos para a economia dos EUA, os mercados não teriam perdido $ 300 bilhões em valor em um dia. Portanto, a reação significativamente negativa de hoje no mercado de ações sugere que existe uma probabilidade zero de que as tarifas de aço e alumínio terão efeitos econômicos positivos líquidos, e uma certeza de 100% que terão efeitos negativos líquidos.”

Mas o protecionismo gera ainda outro efeito esperado (de longo prazo) bastante perverso, de que Perry não falou. Ele interfere negativamente no processo de destruição criadora. A América não se transformou na potência que é mantendo mão de obra ocupada em indústrias cuja produção pode ser feita fora. Ao contrário, aquele país vem se beneficiando das vantagens comparativas para consolidar-se na liderança de setores muito mais lucrativos, para os quais vastas quantidades de mão-de-obra se deslocaram nos últimos anos, graças à possibilidade de comprar produtos menos sofisticados no exterior.

Não seria exagero dizer que a indústria pesada é parte do passado nos EUA.  Ela deveria ser deixada a cargo de países tecnologicamente menos sofisticados mesmo. O negócio dos EUA é alta tecnologia, bioquímica, micro-biologia, indústria farmacêutica, robótica, nanotecnologia, informática, serviços financeiros.

O que Trump faz com essas medidas extemporâneas é atrasar a economia do país. Ou alguém acha que os EUA são o que são por causa das indústrias siderúrgicas? Não, meus caros, a vantagem comparativa – e competitiva – dos americanos está no conhecimento, na inovação, na alta tecnologia. Não é à toa que eles ganham a maioria dos Prêmios Nobel. Mas parece que Mr. Trump e sua trupe nunca leram Schumpeter, Ricardo, Friedman, Smith, Mises ou mesmo algum livro de introdução à economia (economics 101), e continuam vivendo no mundo mercantilista de 300 anos atrás. Seus fãs costumam dizer que Trump não precisa da teoria, pois aprendeu na prática. Ou que a teoria na prática é outra. A esses, eu respondo com a frase de Ayn Rand, na epígrafe.

        • Dados do PIB em 2017: É caminhando que se vai longe? Por Roberto Ellery, publicado pelo Instituto Liberal

Na semana passada saiu o resultado do PIB de 2017. Segundo o IBGE, o PIB cresceu 1% depois de dois anos consecutivos de queda. A pergunta é se o resultado foi bom, minha resposta é que foi, mas não é uma resposta segura. Não digo isso apenas porque depois de cair por dois anos seguidos qualquer crescimento é bom, o que poderia ser um argumento, digo porque os números parecem mostrar uma recuperação consistente, o que é muito diferente de uma recuperação rápida. Desde que o Brasil decidiu reviver a década de 70, lá por meados da década passada, tento alertar dos riscos da experiência. O Brasil não é e não quer ser China, logo não deve esperar um crescimento chinês. Nesse sentido estaria mais preocupado com um crescimento de 5% do que estou com o crescimento de 1%.

Os números apontam para a recuperação. Se o leitor for ver os dados do IBGE vai encontrar uma série de medidas de variação do PIB, nas figuras desse artigo vou usar apenas as taxas de crescimento acumuladas em quatro trimestres, faço isso para não ter de discutir efeitos de sazonalidade ou coisas do tipo. A figura abaixo mostra a taxa de variação do PIB desde de 1996. A queda que começa no segundo trimestre de 2014 é o retrato da crise. Se olhássemos para a variação no trimestre, não é o que está na figura, veríamos que no primeiro trimestre de 2014 houve um crescimento de 3,5%, na sequência tivemos quedas em todos os trimestres até o primeiro de 2017 quando a taxa foi zero, ficando positiva nos trimestres seguintes.

Em outros artigos argumentei que a recuperações rápidas de crises, como aconteceu em 2009, podem ser sinais que novas crises virão no futuro próximo, o que parece ser uma recuperação impressionante costuma ser apenas um adiamento da crise. A comparação entre a recuperação da queda de 2009 e da queda atual pode ser feita apenas olhando a figura. Ao que tudo indica não estamos diante de uma nova tentativa de adiar uma crise, pelo contrário.

A impressão que estamos nos recuperando de forma correta fica reforçada quando olhamos os números que formam o PIB. Comecemos pelo lado da oferta, a figura abaixo mostra o desempenho da agropecuária, da indústria e dos serviços entre 1996 e 2017. Aparentemente nossa recuperação é um golpe de sorte em decorrência do crescimento excepcional da agropecuária, é possível, se for o caso minha tese da recuperação consistente vai por água abaixo. O resultado da agropecuária depende muito de eventos climáticos e de fatores externos, de forma que é difícil relacionar esse crescimento com uma recuperação da economia como um todo. A indústria, que costuma responder mais a fatores internos, ficou estacionada em 2017 e os serviços, maior responsável pelo emprego, cresceu 0,3% o que na prática pode ser visto como estagnação. A não recuperação dos serviços pode ser a causa da não recuperação do emprego na velocidade desejada. Em resumo, a conclusão da figura abaixo é que o crescimento foi eventual e não mostra uma recuperação.

Olhando os setores a conclusão é que não temos motivos para comemorar além do fato que o governo está mais preocupado em arrumar a casa por meio de reformas do que em forçar o crescimento da economia. Se abrimos mais os dados a conclusão pode ficar um pouco menos dura. É verdade que o melhor desempenho na indústria é da extrativa, que também está relacionada a fatores externos, isso reforça a tese do acaso. Por outro lado, a decomposição do crescimento entre os setores da indústria permite observar a recuperação da indústria de transformação. Aqui não posso deixar de registrar que na virada de 2014 para 2015, quando o impeachment ainda não estava na mesa e a economia estava em trajetória de queda, tanto a indústria extrativa quanto a agropecuária mostravam forte crescimento o que é uma forte evidência contra a tese que culpa as commodities por nossa crise.

Se olharmos as taxas trimestrais, que não estão na figura, a indústria de transformação cresceu 6% no quarto trimestre de 2017, contra queda de 3,4% no quarto trimestre de 2016, queda de 11,5% no quarto trimestre de 2015 e queda de 6% no quarto trimestre de 2014. Mesmo em 2010, nosso ano de maior crescimento nas últimas décadas, a indústria de transformação não cresceu tanto no quarto trimestre, naquele ano a indústria, que chegou a crescer 15,9% no primeiro trimestre, cresceu 3,4% entre outubro e dezembro.

Quem está segurando a recuperação da indústria como um todo é a construção. Repare que ao contrário da indústria de transformação a indústria da construção não mostra um padrão de recuperação. O lado ruim disso é que o encolhimento da construção dificulta o crescimento do emprego com impacto em mão de obra não qualificada, pessoal que sofre nas crises. O lado positivo é que esse setor cresceu muito no período anterior a crise, na época se falou de bolha da construção civil, e precisava mesmo passar por um ajuste. Outro ponto positivo é que o governo está se controlando em estimular a indústria da construção, ou seja, o governo não está adiando o ajuste do setor. Se o governo vai se manter na linha em ano eleitoral é coisa que não sei dizer, programas de incentivo a construção fazem a alegria da classe média que sonha com casa própria, dos pobres que conseguem empregos nas obras e dos ricos que são donos das construtoras, entretanto, crescimento artificial nesse setor cria bolhas que podem ser desastrosas como o mundo viu em 2008 na crise que começou no setor de construção dos EUA. O ajuste da construção é um remédio amargo que deve ser tomado para evitar problemas maiores no futuro próximo.

A construção não apenas esconde a recuperação da indústria, esconde também a recuperação do investimento. A figura abaixo mostra as taxas de variação do consumo das famílias, do consumo do governo e do investimento. Como é possível ver o menor ajuste foi no consumo do governo, depois o consumo das famílias e o grande ajuste foi no investimento que continua com taxa de variação negativa, a queda foi de 1,8%. Entretanto, se abrimos os números, é possível ver que o item “máquinas e equipamentos” cresceu 3% contra uma queda de 5,6% no item “construção”. Como construção responde pela maior parte do investimento, em 2017 foi 52,25 contra 32,95 de máquinas e equipamentos, o resultado final foi de queda, mas a recuperação do investimento em máquinas e equipamentos é relevante, principalmente quando observamos que esse tipo de investimento teve queda de 7% em 2014, 22,3% em 2015 e 15,6% em 2016. Outro aspecto relevante é que o aumento do investimento em máquinas e equipamentos ocorreu em um período de queda dos desembolsos do BNDES, o que sugere tratar-se de uma recuperação de fato e não de um movimento artificial.

Um último aspecto a ser analisado é o setor externo, a figura abaixo mostra a taxa de variação das exportações e importações. Depois da queda nas importações e aumento das exportações, fenômeno razoável em época de crise onde famílias compram menos e empresas buscam mercados externos para compensar a queda nas vendas locais, observamos nos últimos trimestres um aumento simultâneo das exportações e importações. A figura não mostra, mas o saldo comercial foi positivo em 2017, o que também não quer dizer muita coisa.

A análise imediata dos números do PIB sugere uma recuperação, afinal paramos de encolher e voltamos a crescer, mesmo que pouco. Uma análise com um pouco mais de cuidado acende uma luz amarela, agropecuária e indústria extrativa, os setores com melhor desempenho, dependem mais fatores como mercado externo e clima do que de reformas e fundamentos sólidos na economia, reforça o sinal de alerta a queda no investimento. Aprofundando um pouquinho mais podemos ver sinais de uma recuperação consistente, a indústria de transformação voltou a crescer e o investimento em máquinas e equipamentos também cresceu. Tanto a estagnação da indústria quanto a queda do investimento são explicadas pela crise na construção civil.

Mercado vê menos inflação neste ano, mas mantém previsão de Selic a 6,75%, mostra Focus LOGO REUTERS

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado reduziu suas projeções para a inflação tanto para este ano quanto para 2019, ao mesmo tempo em que vê a economia crescendo mais agora, mantendo as perspectivas de que a taxa básica de juros não vai mais cair em 2018, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira.

Agora, a projeção é de que o IPCA feche 2018 com alta de 3,70 por cento, ante 3,73 por cento no levantamento passado, enquanto que para 2019 as contas foram a 4,24 por cento, ante 4,25 por cento, na mediana das expectativas.

Os economistas consultados também passaram a ver que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano crescerá 2,90 por cento, ligeiramente acima da expectativa anterior de 2,89 por cento. Em 2019, a expansão avançaria 3 por cento, inalterada.

A economia brasileira ficou praticamente estagnada no último trimestre de 2017, pior que o esperado e para fechar o ano com expansão de 1 por cento, indicando que a recuperação deverá ser menos intensa no início de 2018 mesmo após viver dois anos seguidos de forte recessão.

Para a política monetária, o Focus continuou mostrando que as projeções são de que a Selic deve fechar este ano em 6,75 por cento, atual patamar, e ir a 8 por cento no final de 2019.

O BC indicou que deve interromper a trajetória de corte de juros em março, mas deixou a porta aberta para nova redução caso o cenário-base não se comporte como o esperado, como surpresas inflacionárias benignas ou atividade mais fraca.

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Fonte:
Blog Rodrigo Constantino/Reuters

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1 comentário

  • Joacir A. Stedile Passo Fundo - RS

    Reclamamos do protecionismo do Trump, e com razão, mas vendemos aqui um carro americano pelo triplo do preço de origem. Coerência?

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