Marun diz que se engana quem tenta impedir posse de ministra do Trabalho para atrapalhar reforma da Previdência
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira que estão enganados aqueles que acreditam que iniciativas como a que barrou na Justiça a posse da ministra do Trabalho, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), prevista para esta manhã, poderá impedir a atuação do governo para aprovar a reforma da Previdência.
"Se alguém pensa que vai nos desviar do nosso rumo, que é a aprovação da reforma da Previdência com a apresentação de questões como essa, está enganado", disse Marun a jornalistas, no Palácio do Planalto.
"O governo tem rumo, sabe o que é necessário para o país. É uma atitude até altruísta do presidente Temer, nós sabemos que os efeitos (da reforma) para este ano não serão grandes", acrescentou.
Para Marun, o impacto maior será para outros governos que não se sabe quem serão. "O governo não apresentou essa reforma pensando nele", disse. Para o ministro, Temer está "à altura de um estadista".
Questionado, o ministro não quis dizer se a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, de impedir a posse foi "equivocada". Afirmou apenas que ela não entrou no mérito e tomou uma decisão técnica.
Em despacho com data de domingo, disponibilizado no sistema do Supremo na madrugada desta segunda-feira, a presidente do STF determinou a suspensão do ato de posse até que seja possível a análise dos pedidos formulados em reclamação que busca impedir os efeitos da nomeação e posse de Cristiane Brasil como ministra do Trabalho.
Segundo Cármen Lúcia, seria “temerário” dar posse a Cristiane Brasil porque não se conhece a íntegra da decisão do STJ que havia autorizado a nomeação da deputada, a fim de verificar se houve usurpação de competência do STF no caso.
Marun admitiu que seria "mais fácil" o PTB sugerir outro nome para o ministério, mas ele destacou que essa não é a decisão do governo --substituir o nome-- como forma de garantir o apoio para se aprovar a reforma.
Ele defendeu o direito da preservação das prerrogativas do presidente da República de nomear os ministros e destacou que há decisões anteriores que sustentam essa tese.
(Reportagem de Ricardo Brito)
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