Temer lidera ofensiva para tentar diminuir resistência da população à reforma da Previdência
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer está liderando pessoalmente uma ofensiva para tentar melhorar a imagem da reforma da Previdência entre a população e, consequentemente, diminuir a resistência de parlamentares a aprovar as mudanças.
A estratégia inclui conversas com líderes evangélicos, em encontros que começaram na última segunda-feira, com o fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro Santiago. Nesta terça, Temer recebe o pastor José Wellington, presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Paulo e na quarta, o pastor R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus.
Para as próximas semanas devem ser convidados pelo menos mais três líderes evangélicos, inclusive o pastor Silas Malafaia, do Ministério Vitória em Cristo.
Boa parte dos líderes evangélicos já declarou ser favorável à reforma, mas o governo quer transformar esse apoio em defesa no texto para a população mais pobre, mais resistente às mudanças. Com programas de televisão, pastores como RR Soares e Valdemiro Santiago atingem públicos ainda maiores que o das igrejas.
Além disso, há o poder das denominações neopentecostais sobre bancadas consideráveis no Congresso. A Frente Parlamentar Evangélica, que congrega deputados de várias denominações, possui cerca de 200 parlamentares na Câmara.
"É uma ofensiva em várias frentes. Temos pesquisas mostrando que cai muito a resistência das pessoas quando tomam conhecimento do que é a reforma", disse à Reuters uma fonte palaciana.
Nessa ofensiva entram, também, entrevistas para programas populares. Nesta quinta-feira, em São Paulo, Temer grava com Silvio Santos, em uma conversa que vai ao ar domingo, no SBT. No mesmo dia dá entrevista para o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, e na noite de sábado vai ao ar uma terceira entrevista, para o apresentador Amaury Júnior, na Band.
Com um prazo curto para conseguir os pelo menos 50 votos que faltariam para aprovar a reforma na Câmara dos Deputados, o governo aposta na reversão da má vontade da população com o tema para convencer os deputados a votarem o texto em um ano eleitoral.
O discurso de Temer aos líderes evangélicos e nas entrevistas será para mostrar que a reforma acabará com o que chama de privilégios e colocará funcionários públicos e privados no mesmo regime -um dos poucos pontos da reforma que realmente aparecem como tendo apoio na população em geral. Além disso, o presidente bate na tecla de que, se não for feita agora, a reforma terá que ser enfrentada pelo próximo presidente e pelos governadores.
O governo também trabalha com a ideia de fazer uma cartilha para ser distribuída em redes de varejo, especialmente supermercados e de eletroeletrônicos. De acordo com uma segunda fonte, o ministro das Cidades, Alexandre Baldy -autor da ideia- está conversando com as redes para sondar o espaço que a iniciativa teria.
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