Meirelles diz que rebaixamento pela S&P não afeta crescimento e estima 2,5 mi de empregos em 2018
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou neste sábado que o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco S&P não vai comprometer o crescimento do país este ano, e disse que a expectativa é que sejam gerados cerca de 2,5 milhões de empregos em 2018.
"A reação ao rating é maior que o rating em si", disse o ministro a jornalistas após participar de evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. "A pergunta é: será que isso significaria algum impacto no crescimento? E a resposta é não, o crescimento vai continuar".
A Standard & Poor's rebaixou na quinta-feira a nota de crédito da dívida soberana do Brasil para BB-, ante BB, devido à demora na aprovação de medidas para reequilibrar as contas públicas e de incertezas devido às eleições deste ano. [nL1N1P62DW]
O ministro frisou que mesmo com o rebaixamento o governo espera uma retomada do mercado de trabalho em 2018, com uma geração de cerca de 2,5 milhões de postos de trabalho, enquanto o PIB deve avançar 3 por cento neste ano.
Meirelles também voltou a enfatizar a necessidade de o país aprovar a reforma da Previdência, prevista para ser colocada em votação na Câmara em fevereiro deste ano.
"Ela é absolutamente fundamental para dar confiança às contas públicas no futuro e para as demais medidas que assegurem o equilíbrio fiscal", disse.
O ministro da Fazenda também reiterou que o governo conta com a devolução de 130 bilhões de reais do BNDES este ano, algo que encontra certa resistência dentro do banco de fomento. "O importante é que seja recebido em 2018, não importa se em uma vez ou mais de uma", finalizou.
Elevação da nota de risco do Brasil é questão de tempo, diz Meirelles
A elevação da nota de risco do Brasil é uma questão de tempo, disse, há pouco, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em entrevista coletiva para comentar o rebaixamento da classificação da dívida pública brasileira pela agência Standard & Poor’s (S&P), Meirelles manifestou confiança na aprovação da reforma da Previdência e das medidas de ajuste fiscal nos próximos meses.
“O Congresso tem mostrado que tem aprovado as reformas fundamentais no país. Aprovou o teto de gastos, a reforma trabalhaista, a Lei das Estatais e a TLP [Taxa de Longo Prazo]. Outras medidas, como o cadastro positivo e a duplicata eletrônica estão em aprovação. Existe um histórico de aprovação. Essas reformas vão continuar ocorrendo, e a perspectiva de aumento do rating é questão de tempo. Isso foi levado em conta na melhora da perspectiva [da nota do Brasil pela S&P] de negativa para estável”, destacou o ministro.
Meirelles comentou que, no dia seguinte à redução da nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento, o mercado financeiro está tendo uma reação calma. Segundo o ministro, isso ocorre porque o país continua crescendo com baixa inflação e porque o rebaixamento já estava “precificado”, incorporado aos indicadores financeiros.
“Um ponto importante, que parece ser digno de ênfase neste momento, é a reação da economia no curto prazo, dos indicadores de mercado que reagem na mudança do rating no Brasil. Hoje, o dólar caiu um pouquinho, os juros de longo prazo caíram um pouquinho, e a bolsa continua estável”, acrescentou.
De acordo com Meirelles, a economia brasileira está num momento positivo, com previsão de crescer até 3% este ano e criar 2 milhões de empregos, depois de incorporar pelo menos 1 milhão de pessoas ao mercado de trabalho em 2017. Para ele, as previsões da S&P são conservadoras, comportamento que considerou normal nas agências de classificação de risco.
“Vamos continuar trabalhando e seguindo na direção que está dando certo. O país está crescendo. Nossa previsão de crescimento para 2018 é 3%. A agência [S&P] vai de forma mais conservadora, o que é normal. Isso [o conservadorismo das agências] também aconteceu no ano passado. O país em pleno processo de recuperação sólida. Foram criados mais de 1 milhão de empregos no ano passado, e esperamos a criação de 2 milhões de empregos este ano”, concluiu Meirelles.
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