Petrobras prevê elevar em quase 40% produção de petróleo no Brasil até 2022

Publicado em 21/12/2017 14:10

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SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras prevê elevar a produção de petróleo no Brasil em quase 40 por cento entre 2018 e 2022, com a entrada de 18 novas plataformas de produção no país, sendo oito delas no próximo ano, conforme o novo Plano de Negócios e Gestão da petroleira estatal, publicado nesta quinta-feira.

O documento aponta para produção de 2,9 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil em 2022, contra uma projeção de 2,1 milhões de bpd em 2018, que está próxima da média vista em novembro.

O plano é visto como ambicioso pelo Itaú BBA, que considerou eventuais atrasos da empresa para colocar plataformas em operação.

No plano de negócios anterior (2017-2021), a petroleira previa a entrada em operação de quatro plataformas em 2017 e apenas duas começaram efetivamente. Cinco plataformas estavam programadas para começar em 2018 no planejamento anterior da empresa.

No novo plano, estão previstas oito novas plataformas, "o que parece ser um alvo ambicioso", afirmou o analista do Itaú BBA André S. Hachem, em uma nota a clientes.

"Nosso modelo, atualmente considera a produção doméstica de petróleo de 2,65 milhões de bpd em 2022", disse Hachem. "Em nossa opinião, o início efetivo dessas plataformas será um fator importante para 2018."

Em sua nova curva de produção, a Petrobras aponta um aumento expressivo da produção de 2018 para 2019, devido a entrada das novas plataformas, mas a empresa não detalha qual o volume exato de produção para 2019.

Considerando a produção de petróleo e gás natural, no Brasil e no exterior, a empresa deverá elevar em cerca de 30 por cento a produção entre 2018 e 2022, para 3,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

A produção de petróleo e gás no Brasil responderá por quase a totalidade da extração da empresa, prevista em 3,4 milhões de boed em 2022.

Em seu novo plano de negócios, a empresa voltou a elevar a projeção de investimentos, após quedas bruscas no passado recente, enquanto busca reduzir sua enorme dívida, a maior para uma empresa de petróleo no mundo.

INVESTIMENTOS

Dos 74,5 bilhões de dólares previstos para serem investidos entre 2018 e 2022, a Petrobras planeja aportar 60,3 bilhões de dólares em exploração e produção, sendo que os principais ativos a receberem aportes serão os campos de Lula (o maior produtor do Brasil), o campo de Mero e o campo de Búzios, todos no pré-sal da Bacia de Santos.

Para o campo de Lula, responsável hoje por uma produção total de 1 milhão de bpd, a Petrobras projeta um investimento próprio de 4,5 bilhões de dólares. A previsão é instalar duas novas plataformas na área, somando um total de nove sistemas de produção.

Já o campo de Mero tem a previsão de receber 2,3 bilhões de dólares de investimentos no período somente da Petrobras, com a previsão de entrada das primeiras duas plataformas definitivas em 2021 e 2022. Ambas as plataformas foram atrasadas em um ano em relação ao plano anterior.

Primeira área a ser licitada sob regime de partilha de produção, em 2013, Mero teve 12 poços perfurados até hoje e tem a previsão de mais dois poços até 2019, segundo a Petrobras. A área, que está dentro do bloco de Libra, entrou em operação em novembro em teste de longa duração.

No caso de Búzios, o primeiro campo previsto para entrar em operação na área concedida 100 por cento à Petrobras em regime de Cessão Onerosa, deverá receber cinco plataformas no horizonte do plano, com investimentos totais de 11,4 bilhões de dólares.

Em relação a Bacia de Campos, a Petrobras projeta aportes de 18,9 bilhões de dólares até 2022, incluindo investimentos necessários para a entrada de quatro novas plataformas. A empresa destacou que estão previstos 91 projetos para o aumento do fator de recuperação.

A Petrobras também apontou para o retorno de suas atividades exploratórias, com a previsão de 29 poços em média por ano entre 2018-2022, ante média anual de 15 poços exploratórios no período entre 2016-2017.

(Por José Roberto Gomes e Marta Nogueira; com reportagem adicional de Paula Laier)

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Fonte:
Reuters

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