Leniência fechada pelo MPF deve garantir R$ 24 bi aos cofres públicos

Publicado em 04/12/2017 11:48

LOGO REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - Balanço divulgado pelo Ministério Público Federal (MPF) aponta que a instituição já fechou 18 acordos de leniência com empresas investigadas em casos de corrupção que devem garantir o ressarcimento de 24 bilhões de reais em recursos aos cofres públicos.

Os números foram divulgados em evento do Dia Internacional de Combate à Corrupção, realizado nesta segunda-feira, em auditório da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

O instituto da leniência foi criado por uma lei de 2013 com o objetivo de responsabilizar administrativa e civilmente empresas que tenham praticado atos contra a administração pública. O instrumento tem sido muito usado por empresas envolvidas na operação Lava Jato.

O evento também ressaltou a importância da delação premiada, instituto previsto na mesma lei que criou a leniência, como forma de intensificar o combate à corrupção. Segundo dados divulgados, apenas nos casos referentes à Lava Jato que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) 200 pessoas tiveram acordos desse tipo homologados. Se contabilizar também os acordos da operação fechados na primeira instância, o número sobe para 293.

O balanço também elenca que a colaboração foi decisiva para o avanço das investigações da operação Sépsis, que investiga crimes na aplicação de recursos do FI-FGTS. Nesse caso, três dos sete denunciados firmaram acordo com o MPF.

Segundo a subprocuradora-geral da República Monica Nicida, coordenadora da Câmara de Combate à Corrupção do MPF, tanto a colaboração premiada como o acordo de leniência têm sido fundamentais no combate aos crimes. “Temos consciência de que muito desse resultado positivo se deve à utilização cada vez mais intensa dos acordos de leniência e de colaboração premiada”, disse.

O balanço aponta que, no STF, tramitam 95 ações penais e 439 inquéritos que investigam condutas de autoridades com prerrogativa privilegiado, como o presidente da República, deputados federais e senadores e ministros de Estado. Na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça -que analisa casos de crimes comuns envolvendo governadores, desembargadores, membros do Ministério Público e conselheiros dos Tribunais de Contas, entre outros –são 72 ações penais, 101 inquéritos e 54 sindicâncias. A estimativa é que, nos dois tribunais, cerca de 70 poe cento desses casos tratem de crimes relacionados à corrupção.

Em 2017, foram pelo menos 40 operações de combate à corrupção executadas em todo o país, em parceria com órgãos como Ministérios Públicos Estaduais, Polícia Federal, Receita Federal, Tribunal de Contas, entre outros.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, destacou a importância do trabalho integrado e da cooperação para se alcançar os resultados esperados pela sociedade.

“É importante que nós tracemos estratégias comuns e possamos capilarizar o enfrentamento da corrupção. É preciso que, em qualquer ponto do território nacional, estejamos irmanados para enfrentar esse problema e mudemos a cultura existente no Brasil de tolerar pequenos e grandes atos de corrupção”, resumiu Dodge, conforme nota da assessoria de comunicação do órgão.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário