Comissão do Senado impõe derrota ao governo e rejeita parecer da reforma trabalhista

Publicado em 20/06/2017 14:19

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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitou, com a ajuda de integrantes da base aliada, o parecer oficial da reforma trabalhista do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) nesta terça-feira, impondo uma derrota simbólica ao governo, que vê na proposta um instrumento de demonstração de força no Congresso.

No lugar do texto defendido pelo governo, a CAS aprovou o voto em separado do senador Paulo Paim (PT-RS).

Mas o constrangimento trazido pela rejeição do relatório oficial, por 10 votos a nove, não deve interferir objetivamente na tramitação da medida.

Segue o plano de apresentação de um parecer pela constitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na quarta-feira, e sua votação na próxima semana, deixando a proposta pronta para o plenário a partir do dia 28.

Na prática não acontece nada, a proposta segue o trâmite normal”, disse o senador Ferraço. “Mas é uma péssima sinalização para o governo.”

“Evidentemente é uma derrota política do governo... o governo não conseguiu articular os senadores para aprovar a matéria na CAS”, disse o senador, admitindo a possibilidade desse revés interferir no posicionamento de senadores em plenário.

Tanto Ferraço quanto o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), creditaram a rejeição desta terça-feira a mudanças de posições de governistas.

Dólar salta 1,5% e encosta em R$3,35 após CAS rejeitar reforma trabalhista e expor menor força de Temer

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliou a alta a cerca de 1,5 por cento, encostando em 3,35 reais, após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitar o texto principal da reforma trabalhista nesta terça-feira, sinalizando que o governo do presidente Michel Temer está com menos força política dentro do Congresso Nacional.

Às 13:55, o dólar avançava 1,48 por cento, a 3,3336 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,3426 reais, maior patamar intradia desde 19 de maio (3,3471 reais). O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,60 por cento.

"O sinal é muito ruim... de perda de força de Temer", afirmou o economista da gestora Infinity, Jason Vieira, em comentário.

A CAS rejeitou o parecer da reforma trabalhista redigido pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), imprimindo ao governo uma importante e surpreendente derrota. Por 10 votos a 9, os senadores não aprovaram a proposta, que vinha sendo utilizada pelo governo para demonstrar que ainda tem força no Congresso.

A crise política que acertou em cheio o governo após delações de executivos do grupo J&F soou o alarme entre os investidores sobre o rumo das reformas, em especial da Previdência, no Congresso. Por isso, a cautela tem sido a tônica dos mercados financeiros nas últimas semanas.

Os investidores trabalhavam ainda atentos aos rumos das investigações envolvendo Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal concluiu que há indícios de prática de corrupção passiva de Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, segundo uma fonte.

Ainda na agenda política, há o julgamento do pedido de prisão contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), formulado pela Procuradoria-Geral da República, também no STF.

"O apoio da bancada do PSDB é tido como frágil visto que o desembarque da sigla pode acontecer a qualquer momento", comentou a Correparti Corretora em relatório.

Pela manhã, a alta do dólar também foi influenciada pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, onde tinha elevação ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 4,100 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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Fonte:
Reuters

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