Cautela com cena política continua e dólar tem leves oscilações ante real
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar trabalhava com leves oscilações ante o real nesta segunda-feira, com investidores ainda cautelosos com a cena política brasileira e o andamento das reformas no Congresso Nacional.
Às 10:29, o dólar avançava 0,02 por cento, a 3,2929 reais na venda, depois de acumular alta de 1,15 por cento na semana passada. O dólar futuro tinha baixa de 0,54 por cento.
"Ainda é difícil ser muito otimista diante de novas batalhas que virão", informou a corretora Guide em comentário a investidores.
O novo desafio para o governo do presidente Michel Temer passa pelo PSDB agora. O partido se reúne nesta tarde para definir se continua na base governista depois que Temer foi absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral na sexta-feira.
De modo geral, os tucanos têm dito que, mesmo que eventualmente saiam do governo, ainda vão manter o apoio às reformas. Para o mercado financeiro, sobretudo a aprovação da reforma da Previdência é fundamental, porque é essencial para colocar as contas públicas em ordem.
O mercado também trabalhava com a expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa denunciar Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o presidente já é investigado por crime, entre outros, de corrupção passiva.
Outro motivo de cautela do mercado eram os desdobramentos da denúncia de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter sido acionada por Temer para vasculhar a vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.
No final de semana, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, fez duras críticas à possibilidade de espionagem contra Fachin e classificou a denúncia como "gravíssimo crime".
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão mais um leilão de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho.
No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e moedas como o rand e lira turca antes da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na quarta-feira, quando deve elevar os juros novamente.
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