Petróleo: Alta na produção de países fora de acordo ameaça metas da Opep
LONDRES (Reuters) - A batalha da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) contra o excesso de oferta de petróleo está sob ameaça de uma crescente oferta de Nigéria e Líbia, que são membros do grupo mas ficaram de fora de um acordo global selado pelo cartel para cortes na produção.
A Nigéria tem mais de 60 milhões de barris de petróleo ainda não vendidos, disseram comerciantes, ultrapassando o nível atingido no ápice da sobreoferta global, há dois anos. Ainda há planos de ampliar as exportações, o que deverá adicionar 50 milhões de barris extras a essa conta.
Ao mesmo tempo, a Líbia triplicou o volume de petróleo colocado nos mercados globais na comparação com o ano anterior.
Poucos esperavam que a produção dos dois países se recuperasse tão rapidamente, e isso pode atrapalhar os planos da Opep de elevar os preços do petróleo após três anos em baixa.
O grupo de 14 nações que compõe a Opep decidiu há duas semanas prolongar um acordo fechado em dezembro que envolve ainda outros países produtores não membros, com o objetivo de manter até 2018 cortes de 1,8 milhão de barris por dia na produção em relação aos níveis do ano passado.
Mas a Opep também renovou as exceções garantidas a Líbia e Nigéria no acordo, uma vez que os países enfrentaram conflitos internos que afetaram sua produção. Esses conflitos, no entanto, estão diminuindo.
Líbia e Nigéria elevaram a produção em 600 mil barris por dia desde o início do acordo original da Opep, disse Amrita Sen, da consultoria Energy Aspects. "E isso é metade dos cortes da Opep."
Há dúvidas sobre a capacidade das duas nações de manter esse ritmo, particularmente no caso da Líbia, que enfrenta problemas políticos.
Mas os futuros do Brent têm sido negociados quase 20 por cento abaixo de suas máximas em 2017, e mais de 10 por cento abaixo do nível antes do encontro da Opep em maio.
Essa dinâmica, segundo analistas, aponta para a necessidade de mais por parte da Opep.
"Eles precisarão fazer cortes mais profundos para manter o status quo", disse o analista James Davis, da FGE.
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