"Não vou cair", diz Temer a grupo de parlamentares
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou a um grupo de parlamentares em audiência nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, que não vai deixar o cargo após a revelação de que teve uma conversa gravada com o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, na qual teria avalizado operação para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, disse um senador presente ao encontro.
"Não vou cair", disse Temer, segundo relato feito à Reuters pelo senador Sérgio Petecão (PSD), coordenador da bancada do Acre no Congresso. Essa expressão, conforme o senador, foi repetida várias vezes durante a conversa com os parlamentares.
Segundo Petecão, foi o próprio presidente que recepcionou o grupo de parlamentares em seu gabinete pontualmente às 8h e que puxou a conversa sobre a gravação feita por Joesley Batista. Conforme o senador, Temer confirmou ter se encontrado com o empresário, mas disse que nunca imaginava que poderia ter tido uma conversa dele gravada.
O presidente, segundo o senador, disse que planeja fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e TV assim que tiver acesso aos áudios da conversa, gravada em ação controlada pela Polícia Federal com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Vou conversar com a nação", disse Temer, segundo o relato.
Temer, de acordo com o senador, disse ter falado em "conspiração" no momento em que o governo estava dando certo. O presidente, disse Petecão, afirmou que já dispunha de votos para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara.
Participaram do encontro, que durou cerca de 40 minutos, além de Petecão, o senador Gladson Camelli (PP-AC) e o deputado federal Flaviano Mello (PMDB-AC).
A reunião, segundo Petecão, estava marcada havia 30 dias e tinha por objetivo discutir a liberação de recursos de duas emendas parlamentares de bancada --uma no valor de 70 milhões de reais e outra de 150 milhões de reais-- para ser utilizada em ações para o reforço da fronteira no Acre. Temer, conforme o senador, comprometeu-se a ajudá-los na liberação dos recursos.
Petecão disse ter se surpreendido com o semblante de Temer, após a divulgação do episódio do grampo. O senador disse que a aparência dele estava "tranquila".
"Ele me surpreendeu", admitiu o parlamentar, que afirmou ter dito ao presidente que a situação era tensa.
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Os dois disseram em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR) que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato. A informação é do colunista do jornal "O Globo" Lauro Jardim.
Na Folha: "A coisa não pára por aí..." e "Cambada de desclassificados"
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A cruz e a espada -- Comprovada a existência de gravações envolvendo o presidente Michel Temer, aliados e adversários do governo reconhecem que a hecatombe lançada pelos donos da JBS sobre o Planalto legará ao peemedebista só dois caminhos: a renúncia ou o afastamento pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A corte, que julga a cassação da chapa pela qual ele se elegeu, será pressionada a restaurar a “institucionalidade” no país. Ato contínuo, a oposição vai fazer carga por eleições diretas.
Temer deve fazer pronunciamento para explicar acusações de Joeslei Batista, dizem fontes
O presidente Michel Temer deve fazer um pronunciamento ainda nesta quinta-feira para tentar explicar as acusações de que teria autorizado o empresário Joesley Batista a manter o pagamento de uma mesada para que o ex-deputado Eduardo Cunha mantivesse silêncio sobre denúncias contra o governo, disseram à Reuters fontes palacianas.
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Luiz de Santana Junior Aracaju - SE
Tranquilo ele é, mas, primeiro Dilma disse isso, depois Eduardo Cunha, o que nos aguarda o futuro?, espero que a tranquilidade, a honestidade, o equilíbrio, o espirito nacionalista e desenvolvimentista saiam vencedores para o bem da nossa DEMOCRACIA.