Indefinição sobre idade mínima da mulher pode adiar relatório de reforma da Previdência para 4ª feira
BRASÍLIA (Reuters) - Uma provável mudança na idade mínima de aposentadoria das mulheres na proposta de reforma da Previdência pode adiar a leitura do texto na comissão especial da Câmara dos Deputados desta terça-feira para o dia seguinte, de forma a evitar que seja necessário realizar qualquer mudança no plenário da Casa, afirmou o relator do projeto, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
Segundo ele, os pontos fundamentais da proposta já estão definidos e a única pendência era a definição de uma idade mínima menor para as mulheres em relação aos 65 anos definidos para os homens. O relator disse que é "muito grande" a chance de essa mudança ocorrer.
"Há uma reivindicação forte da bancada feminina querendo uma diminuição", disse o relator a repórteres após reunião na noite passada com o presidente Michel Temer e deputadas da base aliada do governo, no Palácio do Planalto.
"Há uma possibilidade sim, eu sempre disso isso, de que na idade das mulheres aconteça algum tipo de alteração, mas ainda estamos em conversas sem que haja uma definição."
De acordo com o relator, o assunto deve ser resolvido em café da manhã nesta terça-feira da base aliada com Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Se não houver acordo a tempo de o parecer ser lido em seguida na comissão especial da reforma na Câmara, a leitura pode ficar para quarta-feira, afirmou.
Temer disse na segunda-feira, em entrevista ao SBT, que o tempo mínimo de contribuição para as mulheres na reforma da Previdência pode ser menor que o dos homens, mas o relator da proposta disse que apenas o tempo de contribuição menor para as mulheres "não resolve" a demanda da bancada feminina.
"A mudança no tempo de contribuição não resolve, a questão que passa para a sociedade é realmente a questão da idade", afirmou Oliveira Maia, que defende que a idade mínima das mulheres fique o mais próximo possível dos 65 anos.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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