Dólar cai 1,83% e vai a R$3,11, após Fed não sinalizar alta adicional de juro

Publicado em 15/03/2017 17:56

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar despencou quase 2 por cento, maior queda em mais de seis meses e de volta ao patamar de 3,11 reais, depois de o Federal Reserve, banco central norte-americano, elevar a taxa de juros do país como esperado e sinalizar que devem ocorrer apenas mais duas altas ao longo deste ano, desmontando as previsões mais pessimistas sobre número maior de avanços.

O dólar recuou 1,83 por cento, a 3,1112 reais na venda, maior queda desde 6 de setembro do ano passado, quando despencou 2,25 por cento.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,1050 reais. O dólar futuro caía cerca de 1,90 por cento no final desta tarde.

"O Fed manteve a perspectiva de altas graduais dos juros e isso fez com que o dólar queimasse a gordura que acumulou na expectativa de que poderia haver sinalização de mais altas", afirmou o diretor de câmbio do banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

O Fed elevou os juros pela segunda vez em três meses, para a faixa entre 0,75 e 1 por cento, movimento amplamente esperado e impulsionado pelo crescimento econômico estável, ganhos de emprego fortes e confiança de que a inflação está subindo para o alvo do banco central norte-americano.

Entretanto, o comitê de política monetária do Fed não indicou qualquer plano de acelerar o ritmo do aperto, reforçando a visão de mais duas altas neste ano. Embora a inflação esteja "perto" da meta de 2 por cento, o banco central destacou que a meta é "simétrica", indicando possível disposição para permitir que os preços subam a um ritmo ligeiramente mais rápido.

Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro.

"Além da correção do dólar à proteção montada para o encontro do Fed, houve pouco de 'stop loss' por parte de alguns investidores", comentou o operador da mesa de câmbio de uma corretora local.

Antes da decisão do Fed, o dólar operou com leves variações também acompanhando o cenário político brasileiro, após a divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na véspera.

A lista trouxe 83 pedidos de abertura de inquérito junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra políticos detentores de mandato, com base nos acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht com a operação Lava.

Entre os alvos de pedidos de inquérito, de acordo com reportagens publicadas após o envio da dos pedidos, estão os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades), além dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

"O principal impacto é ela (lista) ter saído num momento em que estamos tentando aprovar as reformas. Muitos parlamentares, mais preocupados em se sustentar no cargo, podem votar contra pensando nas eleições do ano que vem", acrescentou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior..

O Banco Central continuou fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer tipo de intervenção para esta sessão. Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a 9,711 bilhões de dólares, se fará alguma rolagem ou não.

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Fonte:
Reuters

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