Dólar sobe 1% e volta a R$3,15 com expectativa de mais juros nos EUA
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia 1 por cento e voltava ao patamar de 3,15 reais nesta quarta-feira, com investidores ampliando suas apostas de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, vai aumentar os juros na próxima semana.
Às 11:21, o dólar avançava 1,04 por cento, a 3,1527 reais na venda, mas chegou a 3,1584 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 1 por cento.
"A alta do dólar ante o real é onda passageira, um ajuste à expectativa de alta de juros nos EUA na semana que vem", avaliou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado. "A trajetória de baixa da moeda aqui deve se manter", acrescentou.
Os empregadores do setor privado dos Estados Unidos criaram 298 mil vagas de trabalho em fevereiro, mostrou o relatório Nacional de Emprego da ADP, bem acima da expectativa dos economistas, de 190 mil postos, segundo pesquisa Reuters.
Com isso, o mercado passou a precificar ainda mais suas apostas, com 91 por cento de chances, de que o Fed elevará os juros na sua próxima reunião, nos dias 14 e 15 deste mês. Antes, elas estavam em 89 por cento.
Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
Internamente, o mercado seguia atento aos desdobramentos políticos, com expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar ministros de Temer e senadores do seu partido PMDB por corrupção.
Esse cenário pode comprometer o andamento das reformas cruciais para acertar as contas públicas e que estão em tramitação no Congresso, como a da Previdência.
O mercado também monitorava a votação do projeto de regularização de ativos não declarados mantidos no exterior pelo Senado, que deve ocorrer nesta quarta-feira. Se aprovado, deve gerar nova onda de ingresso de recursos no país.
O Banco Central novamente não anunciou qualquer intervenção no mercado cambial para esta sessão, por ora.
(Edição de Patrícia Duarte)
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