Dólar cai e vai abaixo de R$3,10 após BC voltar a atuar no mercado
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda e ia abaixo de R$3,10 nesta terça-feria, após o Banco Central ter retomado as intervenções no mercado cambial, ao anunciar leilão de swap tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem parcial dos vencimentos de março.
Os investidores também estavam à espera da fala da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, nesta sessão em busca de mais sinais de como o banco central norte-americano vai conduzir sua política monetária.
Às 10:25, o dólar recuava 0,46 por cento, a 3,0959 reais na venda, depois de fechar na véspera com leve alta de 0,03 por cento. O dólar futuro tinha queda de 0,42 por cento.
Na mínima da sessão, o dólar foi a 3,0929 reais, menor valor intradia desde 2 de julho de 2015 (3,0924 reais)
"A percepção é de que há mais um vendedor (BC) no mercado", afirmou o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto.
Na noite passada, o BC anunciou leilão de até 6 mil swaps tradicionais, voltando ao mercado com esse tipo de intervenção, feita pela última vez em 30 de janeiro. Se mantiver esse volume até o final do mês, e vender o lote integral, o BC rolará apenas parcialmente o lote que vence no próximo mês, equivalente a 6,954 bilhões de dólares.
Segundo operadores, a atuação indicava que o BC não estava preocupado com o nível do dólar, que vem mostrando trajetória de baixa ante o real diante das expectativas de ingresso de recursos externos no País.
"Parece que para o BC, quanto mais baixo (o dólar), melhor. Pode contribuir para cortar um pouco mais a Selic", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
No exterior, o dólar recuava ante outras moedas, com investidores também de olho no depoimento de Yellen no Senado norte-americano às 13h (horário de Brasília). A chair do Fed irá ao Congresso pela primeira vez desde que os republicanos assumiram o controle da Casa Branca com menos clareza sobre a direção da política econômica dos Estados Unidos do que em qualquer momento de seus três anos no cargo.
O dólar também cedia ante uma cesta de moedas depois que Michael Flynn, conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu demissão do cargo após revelações de que ele discutiu as sanções impostas pelos EUA à Rússia com o embaixador russo em Washington antes da posse de Trump.
O dólar recuava ante divisas emergentes, como os pesos mexicano, chileno e rand sul-africano.
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