Diante da crise no Rio, deixar Cabral solto seria uma afronta, diz Sergio Moro
Além dos indícios de que os investigados estariam tentando destruir provas e esconder recursos ilícitos, a grave crise econômica do Rio de Janeiro sensibilizou o juiz Sergio Moro na hora de ele assinar os mandados de prisão contra o ex-governador Sergio Cabral e seus ex-assessores na 37ª fase da Operação Lava Jato. No despacho, Moro afirmou que seria uma “afronta” deixar em liberdade os investigados usufruindo do “produto milionário de seus crimes”, enquanto a população do Rio sofre com a “notória situação de ruína das contas públicas”. “Por conta de gestão governamental aparentemente comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele Estado tamanhos sacrifícios, com aumentos de tributos e corte de salários e de investimentos públicos e sociais. Uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres”, escreveu o juiz que conduz a Lava Jato em primeira instância em Curitiba. Aliado de Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) enfrenta dificuldades para aprovar na Assembleia Legislativa um pacote de arrocho para reequilibrar as finanças do Estado. Nesta quarta-feira, pela segunda vez em menos de um mês, o centro do Rio virou palco de confrontos entre o Batalhão de Choque da Polícia Militar e servidores públicos de diferentes áreas que protestavam contra as medidas.
Delatores citam R$ 38 milhões em propina a Sérgio Cabral
As investigações das forças-tarefas da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro e em Curitiba apontam que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral recebeu 38,4 milhões de reais em propina por contratos com as empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. O valor foi citado nas delações premiadas de quatro ex-executivos da Andrade, que teria pago 10,4 milhões de reais ao peemedebista, e da Carioca, que teria pago subornos de 28 milhões de reais.
Cabral e três aliados, Wilson Carlos, Wagner Garcia e Hudson Braga, foram presos preventivamente nesta quinta-feira pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, na Operação Calicute, a 37ª fase da Operação Lava Jato. A mulher do ex-governador, a advogada Adriana Ancelmo, foi alvo de mandado de condução coercitiva.
Ao analisar os elementos apresentados pelo Ministério Público, e determinar as prisões preventivas, o juiz federal Sergio Moro citou os delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Rogério Nora de Sá, Alberto Quintaes e Clóvis Primo, ex-executivos da Andrade Gutierrez.
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
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