EUA: Reviravolta de Hillary traz otimismo ao financeiro; commodities sobem
As eleições presidencias nos Estados Unidos acontecem nesta terça-feira, 8 de novembro, e a reação do mercado financeiro parece favorável ao caminhar dos últimos momentos da corrida. Ontem, autoridades do FBI afirmaram que não cabe um processo contra a democrata Hillary Clinton depois das investigações sobre algumas trocas de emails da candidata e trouxeram alguma vantagem a ela nas últimas pesquisas. As informações foram bem recebdidas pelos investidores, e ações e commodities subiam nesta segunda-feira (7) em todo o mundo.
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No Brasil, o Ibovespa já refletia o bom momento do cenário macroeconômico e subia, pouco depois das 11h, mais de 2%, se aproximando dos 63 mil pontos. Ao mesmo momento, o dólar comercial trabalhava em baixa frente ao real, recuando quase 1% para ser cotado a R$ 3,205.
Na Ásia, os mercados registraram ganhos e, na Europa, as ações se recuperaram, segundo informou a agência de notícias Bloomberg, de baixas de quatro meses neste início de semana. O peso mexicano - que tem sido uma das principais referências entre as moedas nesse período de eleições - registrou suas máximas em quatro semana, enquanto vinha sendo registrado ainda um rally do dólar frente ao yen, o que, segundo especialistas, já era um sinal do mercado precificando uma vitória de Hillary Clinton sobre Donald Trump.
Entre as commodities, destaque para as metálicas e para o petróleo - que subia mais de 1% tanto em Londres quanto em Nova York - da mesma que, pela primeira vez em oito semanas, o ouro recuava. As agrícolas também atuam com boas altas nesta segunda. Em Chicago, por volta das 10h50 (Brasília), a exceção era apenas o milho, que registrava ligeira baixa, enquanto soja e trigo subiam. Os futuros da oleaginosa, nas posições mais distante, já conseguiam, inclusive recuperar os US$ 10,00 por bushel. Em Nova York, as altas eram lideradas pelos futuros do açúcar, que registravam ganhos superiores a 1%.
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"O mercado reagiu de forma negativa à mensagem que indicava o início de uma investigação contra Hillary e agora tem de fazer o oposto. No entanto, estamos a apenas um dia das eleições e seria muito imprudente adotar posições muito grande e acreditar que já está tudo bem", explica Piet Lammens, pesquisador chefe do KBN Bank NV, de Bruxelas, na Bélgica, em entrevista à Bloomberg.
Executivos ouvidos pela agência internacional acreditam ainda que uma vitória da democrata poderia abrir ainda mais caminho para que o Federal Reserve - o Banco Central norte-americano - aumentasse a taxa de juros no país já em dezembro. Ao mesmo tempo, afirmam ainda que na medida em que o republicano asssuma, a visão de preocupação dos investidores se acentua, uma vez que o crescimento e os rendimentos globais poderiam estar ameaçados.
Ainda assim, apesar de toda a incerteza, a orientação de economistas, analistas e consultores internacionais é clara: após as primeira horas do presidente eleito, os investidores têm de estar prontos para a volatilidade. O que eles não podem é entrar em pânico. Segundo os especialistas, as reações das moedas, dos índices acionários, commodities não deverão indicar no dia seguinte à eleição não deverá indicar, com fidealidade, o que virá a seguir.
Quando em 2008, ainda como explicam os especialistas ouvidos pela Bloomberg, Barack Obama bateu John McCain, a reação do mercado financeiro foi bastante intensa, com baixas entre alguns índices de até 5% no dia seguinte, mas esse movimento pouco disse sobre a reação do mercado financeiro daquele momento em diante com o democrata como presidente dos Estados Unidos.
Uma pesquisa com dados da agência indica que, nas últimas 22 eleições desde 1928, o índice S&P 500 caiu 15 vezes com uma baixa média de 1,8%. "O mercado pode ir a um sell off caso Donald Trump ganhe, como vimos com a ocorrência do Brexit, mas também poderemos observar como o mercado pode se recuperar. Se Donald Trump for o novo presidente, é uma preocupação, mas também há muitas outras coisas que podem ir bem e promover alguma mudança", explica Erik Davidson, chefe de investimentos do Wells Fargo Private Bank.
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Com informações da Bloomberg, Reuters e Investing.
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