Dólar abre em baixa ante real após eleições e com exterior
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em baixa ante o real na manhã desta segunda-feira, em sintonia com o comportamento da moeda no exterior e após o resultado das eleições municipais, que na avaliação do mercado fortaleceu o governo federal e pode ajudar na aprovação das medidas de ajuste fiscal.
Às 10:12 o dólar recuava 0,35 por cento, a 3,2404 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda marcou 3,2379 reais e, na máxima, 3,2517 reais. O dólar futuro cedia 0,5 por cento nesta manhã.
"O grande vencedor dessas eleições foi o PSDB, por ter triunfado em São Paulo, abrindo espaço para o governador Geraldo Alckmin ser o nome de consenso em 2018. Quando migra de Aécio Neves para Alckmin, traz alívio ao mercado, já que o mineiro pode ter algumas complicações nas investigações em curso daqui para a frente", avaliou o superintendente Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Nas eleições de domingo, pela primeira vez desde que foi instaurado o segundo turno um prefeito foi eleito em primeiro turno em São Paulo. João Dória, afilhado político de Alckmin, venceu a disputa.
"As eleições podem levar o governo federal a acelerar a votação das medidas de ajuste fiscal no Congresso, entre elas, a PEC do teto fiscal. Isso tira um pouco da tensão e do peso do dólar", disse Silva.
A expectativa é de que a Proposta de Emenda à Constituição que limita os gastos públicos seja aprovada pela comissão especial da Câmara ainda nesta semana, para ser votada pelo plenário da Casa dias 10 e 11.
As medidas de ajuste fiscal são um dos três fatores que o Banco Central observa com atenção para se decidir por um corte da taxa Selic, atualmente em 14,25 por cento ao ano.
O exterior também tem um clima mais favorável ao recuo do dólar ante outras divisas e contribui para o movimento baixista deste início de trimestre.
"Circularam no final de semana rumores de que o acordo do Deutsche Bank com o Departamento de Justiça norte-americano ainda não tinha sido alcançado, o que seria um fator de estresse. Mas hoje é feriado na Alemanha e o mercado resolveu deixar para digerir isso depois", disse o especialista da Correparti.
O mercado no exterior digeria os bons indicadores da Europa e aguardava os números norte-americanos que sairão ao longo do dia.
A atividade industrial na zona do euro acelerou no mês passado para 52,6, ante 51,7 em agosto, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O petróleo também subia pela manhã, contribuindo para o recuo da moeda norte-americana.
O Banco Central vendeu nesta segunda-feira o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso --equivalente à compra futura de moeda.
(Por Claudia Violante)
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