Em 81º, Brasil tem sua pior posição em lista de competitividade global
O Brasil caiu seis posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, para 81º, e agora ocupa sua pior posição em uma década. O Índice de Competitividade Global 2016-2017 (ICG) faz um balanço da produtividade e prosperidade em 138 países. Para fazer o ranking, são analisados tanto dados estatísticos – como atividade econômica e inflação – quanto a percepção de executivos que atuam nesses países em uma centena de assuntos como infraestrutura, estabilidade política, segurança e inovação.
Desde 2012, o país já perdeu 33 posições no total, resultado de uma menor sofisticação dos negócios e em um baixo grau de inovação. Entre os mercados emergentes, o brasileiro foi o único cujo ICG não cresceu de 2015 para este ano. Quando comparado às dez maiores economias da América Latina, o Brasil amarga a nona colocação. Chile e Panamá estão no topo na região.
De acordo com o economista Daniel Gomez Gaviria, que comanda os estudos de competitividade do Fórum Econômico Mundial, os principais aspectos em que o país foi mal avaliado são absorção tecnológica, de inovação e de sofisticação empresarial. “Pilares de sofisticação de negócios e inovação caíram em comparação com o ano passado. Temos visto que inovação e tecnologia estão assumindo papéis importantes como geradores de competitividades nos países”, explica Gaviria.
Além da crise política e econômica, que vem se deteriorando desde 2014, há fatores estruturais e regulatórios que pesam no desempenho, como sistema regulatório e tributário inadequados e infraestrutura deficiente.
Segundo a Fundação Dom Cabral, que faz o estudo em parceria com o Fórum, esses fatores juntamente à baixa produtividade, resultam em uma economia fragilizada e incapaz de promover avanços na competitividade interna e internacional sem maior inserção no mercado mundial.
Gaviria explica que o propósito do levantamento é justamente indicar as falhas que minam a atividade econômica como um todo “O índice ajuda a identificar as brechas. Se não forem construídas agendas público-privadas que as fechem, o país vai seguir caindo”, diz. Em relação às razões que dificultem fazer negócio no Brasil, os itens mais citados são as taxas elevadas, a corrupção, a burocracia, a ineficiência do governo e a instabilidade política.
Apesar da imagem negativa desses aspectos, o economista vê neste ano um aumento na qualidade de instituições. “Medidas que dão independência do sistema judicial, ética e corrupção melhoraram do ano passado para este. Estão resolvendo problemas nessas áreas e as pessoas veem isso”, explica.
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