Dólar tem leve alta ante real; Presidente do FED de Nova York ofusca inflação fraca nos EUA
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com leve alta frente ao real nesta terça-feira após o presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, afirmar que o banco central norte-americano pode elevar os juros no mês que vem, ofuscando dados fracos sobre a inflação nos Estados Unidos.
O dólar avançou 0,17 por cento, a 3,1940 reais na venda, após chegar a 3,1561 reais na mínima da sessão. O dólar futuro subia cerca de 0,15 por cento no fim desta tarde.
"O Dudley parece ter dito ao mercado: não exagerem, a alta de juros não está tão longe assim", disse o economista da corretora Lerosa Investimentos Carlos Vieira.
O dólar chegou a recuar firmemente pela manhã após os preços ao consumidor nos Estados Unidos ficarem estáveis em julho, com o núcleo da inflação desacelerando a alta. Os números poderiam alimentar apostas de que os juros norte-americanos não subiriam neste ano, ajudando a reduzir as cotações do dólar em relação a moedas emergentes.
Mas essas expectativas perderam força após as declarações de Dudley, que citou o mercado de trabalho mais apertado e evidências de ganhos nos salários. Os juros futuros norte-americanos passaram a mostrar chances levemente majoritárias de aperto monetário em dezembro.
"O dólar começou o dia em baixa seguindo o exterior, mas voltou um pouco com os comentários do Dudley", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
"Vamos ter que esperar para ver, o mercado tende a ficar de lado enquanto não tivermos novidade no cenário local, com o fiscal ou a política", acrescentou.
Nesta quarta-feira, será divulgada a ata da última reunião do Fed, que trará pistas sobre a estratégia do banco central norte-americano sobre a política monetária.
No cenário local, investidores continuaram aguardando mais pistas sobre a estratégia cambial do Banco Central. Declarações do presidente interino Michel Temer demonstrando preocupação com a recente queda do dólar pressionaram o câmbio nas últimas sessões, mas o movimento perdeu um pouco de força após o presidente do BC, Ilan Goldfajn, defender o regime de câmbio flutuante.
"Acho provável que o mercado volte a testar o BC, puxar o dólar para perto dos 3,10 reais para ver se há alguma reação", disse o operador de uma corretora nacional.
Nesta manhã, o BC vendeu novamente a oferta total de até 15 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
0 comentário

PL da Securitização das dívidas de produtores é aprovadas na CRA do Senado, mas mobilizações continuam no RS

Musalem, do Fed, diz que incerteza sobre políticas de Trump tem impacto "significativo" em perspectiva

Ações europeias fecham perto de pico em 9 semanas, com impulso de papéis de serviços públicos e telecomunicações

Diesel S-10 registra menor valor do ano e lidera queda entre os combustíveis na primeira quinzena de maio

Ibovespa recua após máximas com educação entre destaques negativos

Membro do BCE diz que quadro da inflação para a reunião de junho ainda não está claro