Bovespa fecha em queda de 1% pressionada por Petrobras
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira, após fechar julho com alta de mais de 10 por cento, pressionado pelo recuo das ações da Petrobras na esteira da queda do preço do petróleo.
O Ibovespa caiu 0,96 por cento a 56.755 pontos. Na máxima, mais cedo, o índice subiu 0,7 por cento, para 57.729 pontos, renovando máxima intradia desde maio de 2015. O volume financeiro da sessão somou 6,58 bilhões de reais.
O Ibovespa fechou na sexta-feira no maior nível desde 5 de maio de 2015, após acumular alta de 11,22 por cento em julho, que elevou o ganho no ano para 32,2 por cento.
Wall Street corroborou movimentos de realização de lucros no pregão brasileiro no primeiro pregão de agosto, com o S&P 500 fechando em baixa de 0,13 por cento, também efetado pelo declínio do petróleo, que pressionou ações de energia.
Do lado positivo, o Credit Suisse elevou para "market weight" a recomendação para alocação das ações brasileiras no contexto da América Latina e aumentou a meta para o Ibovespa de 50 mil para 60 mil pontos no final do ano.
Carteiras de ações recomendadas para agosto compiladas pela Reuters também mostraram estrategistas ainda otimistas com as ações brasileiras, em meio a dados melhores de confiança e expectativas positivas sobre definições no campo político, além da perspectiva de manutenção da liquidez global.
DESTAQUES
- PETROBRAS fechou com as preferenciais em baixa de 5,22 por cento e as ordinárias em queda de 5,85% por cento, alinhadas ao declínio dos preços do petróleo. Petrobras PN ainda acumula valorização de quase 70 por cento em 2016.
- NATURA perdeu 5,11 por cento, após fortes ganhos recentes na esteira da divulgação do resultado trimestral, que levaram a ação para a maior cotação de fechamento desde novembro de 2014 na última sexta-feira.
- EMBRAER caiu 3,91 por cento, ainda sofrendo com o resultado trimestral e corte de previsões, mas também tendo no radar novas reduções nos preços-alvos de suas ações e ADRs por corretoras. Ainda, no fim de semana, o jornal Folha de S.Paulo disse que um funcionário da Embraer com mais de 30 anos de casa disse, em depoimento ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, que a cúpula da empresa autorizou o pagamento de suborno a uma autoridade da República Dominicana durante negociações para venda de oito aviões Super Tucanos, entre 2008 e 2009.
- VALE encerrou com preferenciais em queda de 3,06 por cento e as ordinárias com recuo de 3,24 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo, quando os papéis acompanharam a alta dos preços do minério de ferro na China.
-SUZANO PAPEL E CELULOSE avançou 3,33 por cento, no melhor desempenho do Ibovespa, apoiada na valorização do dólar ante o real. A ação figura entre os poucos componentes do Ibovespa que acumulam perda em 2016, no caso, de mais de 40 por cento.
- CIELO subiu 1,58 por cento, antes do resultado do segundo trimestre após o fechamento. O BTG Pactual disse que espera mais um bom trimestre para a empresa de meios de pagamento, com volumes e yields desacelerando um pouco ante o primeiro trimestre, mas com pré-pagamento ainda forte.
- BRADESCO avançou 0,99 por cento, apesar na fraqueza do setor, com ITAÚ UNIBANCO encerrando em queda de 1,01 por cento antes do resultado do segundo trimestre, previsto para antes da abertura do pregão na terça-feira.
- CESP recuou 1,22 por cento, em sessão negativa para o setor elétrico. A primeira prévia da carteira do Ibovespa que vai vigorar de setembro a dezembro mostrou a saída das ações da estatal paulista de energia do índice.
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