Líderes remarcam eleição de novo presidente da Câmara para 3ª
BRASÍLIA (Reuters) - A maioria dos líderes da Câmara dos Deputados definiu, em tensa reunião no fim da tarde desta quinta-feira, que a eleição para a presidência da Casa ocorrerá na tarde da próxima terça-feira, apesar de decisão anterior do presidente em exercício, Waldir Maranhão (PP-MA), que havia marcado a deliberação para a quinta-feira da semana que vem.
A oposição, no entanto, aliada a alguns integrantes da base do presidente interino Michel Temer, deixou a reunião em protesto, denunciando o que consideraram uma manobra para ajudar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Câmara nesta quinta.
“Essa foi a posição da maioria dos líderes, que representam 280 deputados”, disse o líder do governo na Casa, André Moura (PSC-SE), garantindo que o governo não terá ingerência no processo, nem no caso de Cunha, que é alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato.
“O que queremos é resolver o problema do novo presidente da Casa, para que possamos ter estabildade na Casa, para votar as matérias de interesse”, afirmou o líder governista.
A irritação dos membros da oposição aconteceu porque, ao mesmo tempo em que lideranças reuniam-se em um dos plenários de comissões para definir a data da disputa pelo comando da Câmara, foi divulgada a notícia que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), cancelou a reunião do colegiado da segunda-feira, quando estava prevista a análise do recurso de Cunha contra seu processo de cassação.
A nova sessão da CCJ foi marcada para a tarde da terça-feira, justamente o dia escolhido pelos líderes para a eleição da presidência da Câmara. Pelo regimento da Casa, não pode haver votações nas comissões durante a ordem do dia no plenário. Assim, a análise do recurso de Cunha provavelmente seria adiada.
“Evidentemente que é um jogo combinado”, apontou o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ). “Eles estão achando que a gente é bobo”, afirmou, acrescentando que a nova oposição já coletava assinaturas para convocar uma reunião da CCJ na segunda-feira.
O próprio Moura argumentou que preferia que a eleição fosse realizada na segunda, mas que a definição da data coube à maiora dos líderes.
A divergência sobre as datas de eleição trouxe tal tensão à reunião desta quinta que alguns líderes deixaram o plenário em protesto. Aqueles que participaram das conversas garantem, no entanto, que o confronto deu-se apenas sobre o dia da disputa, e que nem chegaram a discutir nomes para o posto. Apenas na base do governo Temer são ventilados mais de dez pré-candidatos.
A nova oposição também pode apresentar um nome ou mesmo apoiar um candidato de um partido que era oposição à presidente afastada Dilma Rousseff. A estratégia visa dar força a um candidato que não seja ligado a Cunha.
Adicione-se ainda a esse quadro a apresentação de um aditamento ao recurso de Cunha na CCJ, que pode fazer o processo por quebra de decoro parlamentar voltar para o Conselho de Ética, que já aprovou um parecer pela cassação do mandato do deputado.
O complemento apresentado por Cunha aponta que um dos motivos para a cassação dizia respeito justamente ao fato de ele ocupar a presidência da Câmara. Com a renúncia, pede o aditamento, que o caso seja novamente avaliado pelo Conselho de Ética.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros