Taxa de desemprego no Brasil permanece em 11,2% no tri até maio, mostra Pnad
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil interrompeu série de quatro altas seguidas e permaneceu em 11,2 por cento no trimestre encerrado em maio, mas ainda mostrando forte deterioração do mercado de trabalho e da renda em meio ao cenário de recessão e inflação elevada.
Com isso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua mostrou que a taxa de desemprego permaneceu na máxima da série histórica iniciada em 2012, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A deterioração do mercado de trabalho fica clara na comparação com o mesmo trimestre de 2015, quando o desemprego havia sido de 8,1 por cento.
"Houve perdas significativas no mercado de trabalho principalmente em relação ao trimestre encerrado em maio do ano passado. O mercado mostra perdas que estão ligadas ao ambiente econômico", destacou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.
O resultado do trimestre até maio foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de que a taxa subisse a 11,4 por cento na mediana das projeções.
A Pnad Contínua mostrou que o total de desempregados no período chegou a 11,44 milhões, recorde da série e alta de 40,3 por cento sobre um ano antes, ou 3,284 milhões de pessoas a mais em busca de um emprego. Nos três meses até abril, eram 11,411 milhões de desempregados.
A população ocupada teve queda de 1,4 por cento na comparação com o mesmo período de 2015, o que significa 1,255 milhão de pessoas a menos em relação ao ano passado.
Sobre o rendimento médio da população ocupada, a Pnad Contínua mostrou que no trimestre até maio houve queda de 2,7 por cento sobre o mesmo período de 2015, para 1.982 reais.
Dados do Ministério do Trabalho já haviam mostrado a fragilidade do mercado de trabalho no Brasil em maio, ao apontar que nos cinco primeiros meses do ano foram registradas 448.101 demissões líquidas, recorde histórico para a série iniciada em 2002, após o fechamento de 72.615 vagas formais de trabalho somente no mês passado.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira)
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