Brigão e com experiência no Congresso, novo secretário do governo já foi aliado de PT, DEM e FHC

Publicado em 12/05/2016 15:29

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Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - De perfil brigão e com língua afiada, ao mesmo tempo com grande experiência no Congresso, Geddel Vieira Lima chega ao núcleo duro do Palácio do Planalto, após Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República, com um currículo que inclui alianças com petistas, tucanos e com os herdeiros políticos do antigo desafeto Antônio Carlos Magalhães, do DEM.

Geddel, que agora assume a Secretaria do Governo, foi aliado próximo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e também atuou como ministro da Integração Nacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cargo que assumiu depois de ser duro crítico do petista em seu primero mandato, e foi vice-presidente da Caixa Econômica Federal sob o governo Dilma.

Em 2013 usou seu perfil no Twitter para pedir exoneração do banco público e, a partir daí, passou a criticar o PT e a adotar discurso antipetista. Mais que isso, aliou-se na Bahia, sua terra natal, a ACM Neto, atual prefeito de Salvador pelo DEM, herdeiro político do falecido ex-senador Antônio Carlos Magalhães, de quem foi, mais que adversário, inimigo político.

Na chapa encabeçada pelo DEM, que tinha Paulo Souto, outro herdeiro do carlismo, como candidato a governador, disputou sem sucesso uma vaga ao Senado em 2014, sendo derrotado por Otto Alencar, então vice-governador do petista Jaques Wagner. Antes, foi candidato ao governo baiano em 2010, sendo derrotado por Wagner, então candidato à reeleição e que teve o apoio de Geddel em 2006.

Para justificar as mudanças em suas alianças políticas, o agora titular da Secretaria de Governo de Temer costuma usar uma citação do político e jurista baiano: "Até as pedras mudam." Também gosta de afirmar que é "contemporâneo do futuro" e não "escravo do passado".

Após o fracasso na tentativa de se eleger senador em 2014, Geddel passou a ser uma das principais vozes no PMDB pelo rompimento com o governo Dilma, mesmo a contragosto de Temer algumas vezes.

Foi, ainda, ferrenho defensor do impeachment de Dilma, participando pessoalmente dos protestos contra a presidente em Salvador e divulgando essa participação nas redes sociais.

E é justamente nas redes sociais, especialmente em seu perfil no Twitter, que Geddel, presidente do diretório baiano do PMDB, protagoniza discussões acaloradas com defensores do governo Dilma.

Ele também já usou a ferramenta para criticar colegas de partido, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), o governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.

Aos 57 anos, Geddel tem ampla experiência no Legislativo, onde chegou como deputado em 1991 depois de ingressar no PMDB, único partido de sua trajetória política, no ano anterior.

Nascido em Salvador, formado em Administração, além de atuar na pecuária e na produção de cacau, Geddel foi parlamentar por 20 anos, sempre na Câmara. Foi líder do PMDB por sete anos seguidos, de 1997 a 2003 e é com essa experiência que buscará ajudar Temer à frente da Secretaria de Governo do presidente interino.

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Fonte:
Reuters

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