Novos ministros do governo Temer tomam posse nesta 5ª-feira, diz Jucá

Publicado em 11/05/2016 17:50

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BRASÍLIA (Reuters) - Os novos ministros do governo Temer tomarão posse na quinta-feira, disse nesta tarde o senador Romero Jucá (RR), presidente interino do PMDB, cotado para ser o novo titular do Ministério do Planejamento.

Falando a jornalistas, Jucá disse que a presidente Dilma Rousseff deve ser notificada de seu afastamento às 10h de quinta-feira, sendo que o vice-presidente Michel Temer seria notificado para assumir a Presidência interinamente logo em seguida, às 11h.

O horário exato das notificações depende do momento em que o Senado votar a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, que pode acontecer muito tarde nesta noite ou mesmo na madrugada de quinta-feira. O resultado favorável ao afastamento da presidente é dado como certo.

(Reportagem de Leonardo Goy)

 

O Brasil decente merece ouvir Lula repetindo a saudação que virou palavra de ordem: “Tchau, querida” (por AUGUSTO NUNES)

Por determinação do padrinho, a afilhada desistiu da ideia de descer a rampa do Planalto, escoltada por um bando de cúmplices, depois de receber a notificação de despejo emitida pelo Senado. Lula acha melhor que Dilma Rousseff use a porta da frente para deixar o poder pelos fundos.

O fabricante do poste instalado no palácio há mais de cinco anos acha que a descida da rampa poderia ser interpretada não como um até breve, mas como um adeus sem remédio. Pois é exatamente isso o que se verá neste 12 de maio. É mais fácil Lula virar secretário-geral da ONU do que a pior governante da história recuperar o gabinete do qual foi defenestrada.

Se o chefão cumprir a promessa de comparecer à despedida de Dilma, e se não fingir de novo que está com “problemas de voz”, os milhões de brasileiros que exigiram nas ruas a demissão da presidente incapaz de dirigir um patinete poderão ouvir Lula repetindo num microfone a saudação transformada em palavra de ordem por multidões fartas de farsa: “Tchau, querida”.

(Por determinação do padrinho, Dilma desistiu de descer a rampa do Planalto. Vai usar a porta da frente para deixar o poder pelos fundos).

 

Ricardo Noblat: Os pecados capitais de Dilma

Publicado no Blog do Noblat

Gula

Dilma emagreceu 20 quilos no período de pouco mais de um ano e emagreceu o país ao fazê-lo mergulhar na pior recessão econômica de sua história desde os anos 30 do século passado. Nem por isso deixou de atentar contra o pecado da gula.

Presidente algum, nem mesmo os da ditadura de 64, se empenhou tanto em concentrar o poder como Dilma o fez. Seu apetite era insaciável. Confiou em poucos auxiliares. E mesmo desses costumava duvidar quando lhe diziam o que não queria ouvir. “Não, você não entende de nada disso”, gritava se a opinião de um a contrariasse.

Dilma jamais inspirou ternura ou respeito entre os que a cercavam. Inspirava temor. Certa vez, de tão assustada com o que ela lhe disse, uma ministra da área social fez pipi na calça.

Um executivo de empresa moderna delega poderes, estabelece metas e cobra resultados. Dilma cobrou resultados sem delegar suficientes poderes. Foi uma gerente à moda antiga e, como tal, ineficiente.

Na organização de esquerda na qual militou nos anos 70, ganhou fama como tarefeira. Fazia o que lhe mandavam. E só se distinguiu por isso.

Avareza

Ganha um fim de semana com Dilma no Palácio da Alvorada quem apontar uma dezena de pessoas alvos de elogios feitos por ela.

Risque a palavra elogio do vocabulário capenga de Dilma.

O que move gente, o que a leva a superar limitações, é o reconhecimento. Sem ele não se consegue desempenho acima da média.

A maioria dos ministros escolhidos por Dilma destacou-se por sua mediocridade ou falta de iniciativa. Mas mesmo os que não eram medíocres, acabaram se igualando aos demais por falta de incentivo.

Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, largou o Ministério da Educação. Nelson Jobim, o Ministério da Defesa para não ter que brigar com Dilma. O ex-ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, resignou-se a tocar um ministério com nomes indicados por Dilma para os cargos mais estratégicos. Aproveitou o tempo disponível para fazer negócios e se dar bem. É hoje investigado pela Lava Jato.

Luxúria

O desejo egoísta por todo o prazer corporal e material está longe de marcar o desempenho de Dilma como presidente. Mas o desejo de sentir-se superior em relação aos seus semelhantes é também uma forma de luxúria, e desse mal ela padeceu.

Enquanto foi ministra de Lula, comportou-se face a ele como uma humilde cumpridora de ordens. Uma vez, acertou-se com Geddel Vieira Lima, então ministro da Integração Nacional, sobre o trecho por onde deveria começar a transposição das águas do rio São Francisco. Depois, ela o acompanhou à uma reunião com Lula. Ouviu Geddel dissertar sobre as vantagens do trecho escolhido, mas calou-se quando Lula discordou. Então passou a defender o ponto de vista de Lula.

A necessidade de afirmação de Dilma agravou-se tão logo ela foi eleita para suceder Lula. Exigiu, a partir dali, ser tratada como “presidenta”. Jamais furtou-se a humilhar os que somente tolerava. Expulsou um general do elevador privativo do Palácio do Planalto. Fez chorar José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. E deixou em pânico o jardineiro do Alvorada ao culpá-lo pela bicada de uma ema no cachorro que ela ganhara de presente do ex-ministro José Dirceu.

Ira

Um dos ministros do governo inicial de Dilma deu-se ao prazer de anotar os frequentes surtos de ira que a acometia. Quando já colecionava 16 episódios em dois anos, abdicou do trabalho. Os surtos haviam se banalizado. Alguns se tornaram famosos em 13 anos de governos do PT.

Dilma era ministra das Minas e Energia e recebia um deputado da oposição quando Erenice Guerra e um assessor irromperam em seu gabinete. Erenice limitou-se a estender um papel para Dilma, que depois de lê-lo, explodiu: “Esses caras estão pensando o quê? Que vão botar aqui?” – e apontou para a própria bunda. “Aqui, nem a ditatura pôs”. Tão logo Erenice e o assessor saíram, Dilma começou a gargalhar. Virou-se para o deputado e disse: “Essa gente tem de ser tratada assim”. Picou o papel e retomou a conversa.

Como presidente, Dilma protagonizou o que ficaria conhecido como “A guerra dos cabides”. Irritada com a arrumação do seu guarda-roupa no Alvorada, começou a jogar cabides em Jane, a camareira. Que reagiu jogando cabides nela. Jane acabou demitida, mas depois presenteada com outro emprego em troca do seu silêncio.

Inveja

Quem se acha não inveja seus semelhantes. A não ser que reconheça que pelo menos um deles possa lhe ser superior.

A inveja de Lula responde por uma série de atritos que Dilma teve com ele, prejudicando seus governos. No primeiro, logo de saída, ela quis mostrar que não seria tolerante como Lula fora com suspeitos de corrupção. Nascia, ali, a “faxineira ética”, capaz de demitir sete ministros em menos de um ano. Nos anos seguintes, aconselhada por Lula, ela readmitiu alguns e empregou representantes dos outros para garantir apoio à sua reeleição. A faxineira ética teve vida curta.

Havia um pacto não escrito firmado por ela com Lula que permitiria o retorno dele à presidência em 2014. Dona Marisa, mulher de Lula, jamais perdoou Dilma por ter passado seu marido para trás. Dilma é mulher de confronto. Lula só confronta da boca para fora. Ela ganhou a parada, mas, por pouco, não perdeu a eleição para Aécio Neves, candidato do PSDB. Ganhou, também, a mágoa de Lula para sempre. “Eu errei, não deveria ter escolhido essa mulher”, repete ele à exaustão.

Preguiça

De dar longos expedientes, certamente não. De ler relatórios e de anotá-los, também não. De meter-se em tudo, inclusive no que não deveria, tampouco. A preguiça de Dilma, talvez a forma mais perversa de preguiça, foi de ouvir, de conversar, de trocar ideias, de conviver com pessoas.

Dilma é uma mulher solitária e atormentada por seus demônios. Amava o pai. Não se dava bem com a mãe, e ainda não se dá. Considera a filha “insuportável”, como uma vez confessou. A mãe mora com ela no Alvorada. Mas antes morava com o ex-marido de Dilma em Porto Alegre.

Quando a Câmara aprovou o impeachment, o ministro Jaques Wagner sugeriu a Dilma que telefonasse para cada um dos 137 deputados que haviam votado contra. Seria um gesto simpático. Wagner entregou a Dilma a lista dos 137 com pelo menos dois ou três números de telefone de cada um. Destacou quatro telefonistas para fazerem as ligações. Dilma não quis.

O vice Michel Temer telefonou para quase todos os 367 deputados que votaram a favor do impeachment. Muitas razões explicam a queda de Dilma, mas talvez a principal seja o fato de ela não gostar de ninguém e de ninguém gostar dela.

Soberba

A vaidade é o pecado preferido do carismático personagem vivido por Al Pacino no filme “Advogado do Diabo”. A soberba talvez tenha sido o pecado preferido de Dilma. Por soberba, ela desprezou os políticos em geral, e a maioria deles em particular. Evitou aproximar-se deles. Evitou recebê-los. Tratou-os como cargas que era obrigada a carregar.  Ao então deputado Paulo Rocha (PT-PA), referindo-se à sua atividade na Câmara, uma vez ela observou: “Não sei como você suporta isso”. Há mais de três anos que o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pede para ser recebido por ela – sem sucesso.

Diante do risco de a Lava Jato bater à sua porta antes da reeleição, Dilma divulgou uma nota que afastava qualquer culpa dela, mas que deixava Lula exposto à suspeita de que a roubalheira na Petrobras fora obra dele, sim. Pode ter sido. Mas pode ter sido de Dilma também.

Por mais que a soberba a impeça de reconhecer, ela e Lula estarão ligados para sempre pela história do país. Para o bem ou para o mal. Hoje, são as conveniências, apenas elas, que os fazem encenar uma parceria que já se desfez.

 

Teori nega recurso do governo para anular impeachment, descobrimento do Brasil e carta de Pero Vaz de Caminha (por FELIPE MOURA BRASIL)

Teori Zavascki indeferiu o pedido do governo para anular o processo de impeachment e, na prática, garantiu a continuidade da sessão de votação desta quarta-feira no Senado sobre o afastamento de Dilma Rousseff por 180 dias da Presidência da República até o fim do julgamento definitivo da petista.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal de negar a liminar pedida pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, não será levada a julgamento do plenário da Corte nesta tarde, mas a maioria dos demais ministros deverá acompanhar o voto do relator em momento oportuno.

Alegando “desvio de finalidade” de Eduardo Cunha, Cardozo implorava pela anulação da autorização dada pelo então presidente da Câmara para a abertura de processo de crime de responsabilidade contra Dilma, mas Teori repetiu as refutações antecipadas por este blog:

Não há como comprovar que Eduardo Cunha contaminou o processo, alegou o ministro, ressaltando que é preciso considerar que o ato de recebimento da denúncia foi subsequentemente referendado com votações numéricas expressivas na comissão e no plenário da Câmara e na comissão do Senado.

Teori provas jornais

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Teori mostra que a lógica de Cardozo também valeria para o caso de Cunha adiar recebimento da denúncia em função dos acenos do governo, que inegavelmente existiram. Sim: o PT só chora porque perdeu

Teori votacoes

Como queríamos demonstrar, era (quase) mais fácil anular o descobrimento do Brasil e a carta de Pero Vaz de Caminha do que o processo de impeachment.

Até o momento, porém, o descobrimento e a carta também estão mantidos.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

 
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Fonte:
Reuters + AUGUSTO NUNES

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