Dólar cai 0,61% e vai abaixo de R$ 3,45 à espera de impeachment; BC limita queda
Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em baixa nesta quarta-feira, pelo segundo pregão seguido e voltou abaixo de 3,45 reais, no dia da votação do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado que deve resultar no seu afastamento temporário e, na avaliação dos mercados, abrir espaço para recuperação da economia brasileira.
A queda da moeda norte-americana foi limitada após o Banco Central voltar a atuar de forma expressiva no mercado de câmbio depois de ficar cinco sessões de fora.
O dólar recuou 0,61 por cento, a 3,4456 reais na venda, após bater 3,4407 reais na mínima e 3,4830 reais na máxima do dia. O dólar futuro operava em baixa de cerca de 1 por cento no fim da tarde.
"Se não tivesse o BC hoje, o dólar poderia ter ido para a casa de 3,40 reais", disse o superintendente de câmbio da corretora Correparti, Ricardo Gomes da Silva.
O BC realizou três leilões de até 20 mil swaps reversos, equivalentes à compra de dólares no futuro, cada. Ao todo, vendeu 47.970 contratos, equivalente a cerca de 2,4 bilhões de dólares.
Para muitos operadores, o BC tem buscado defender o piso de 3,50 reais para a cotação do dólar, para ajudar as exportações e as contas externas do país.
O Senado iniciou nesta manhã a votação do processo contra Dilma e as avaliações, até mesmo dentro do atual governo, são de que ela realmente será afastada por até seis meses. Com isso, o vice Michel Temer assume interinamente o comando do país e já deixou claro que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles assumirá o comando do Ministério da Fazenda, o que tem agradado os agentes financeiros.
A votação no Senado pode ser concluída apenas no final desta madrugada.
"Hoje está todo mundo esperando mesmo o grande fato, esperando essa definição", resumiu mais cedo o operador da corretora Intercam Glauber Romano, referindo-se à votação no Senado.
O mercado esperava ainda a definição sobre a presidência da autoridade monetária. Alexandre Tombini deve continuar à frente do BC por um período de transição, que pode se estender por alguns meses, mas informações que circulam na mídia indicam que o economista-chefe do Itaú e ex-diretor do BC, Ilan Goldfajn, pode ser o próximo presidente do BC.
No exterior, o dólar caía em relação a uma cesta de moedas, com investidores realizando lucro num dia sem indicadores econômicos relevantes nos Estados Unidos. A moeda norte-americana também perdia terreno em relação à de alguns países emergentes, como o peso mexicano.
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