Bovespa fecha em queda com fraqueza em Wall St e após bateria de balanços no Brasil

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em leve queda nesta quinta-feira, seguindo a piora em Wall Street, com o resultado trimestral do Bradesco abaixo das expectativas ofuscando a surpresa positiva do balanço da mineradora Vale.

O Ibovespa caiu 0,3 por cento, a 54.311 pontos. No melhor momento da sessão, chegou a subir 0,9 por cento, encostando em 55 mil pontos e renovando máxima intradia desde maio de 2015.

O volume financeiro somou 7,79 bilhões de reais.

A correção negativa ocorreu após duas altas seguidas, em que o Ibovespa acumulou ganho de 5 por cento.

Apesar da bateria de resultados corporativos na sessão, o quadro político permaneceu no radar, embora sem grandes novidades, com agentes financeiros ainda especulando sobre potenciais mudanças na equipe econômica diante da provável aprovação no Senado do afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Em Wall Street, prevaleceu o efeito negativo da decisão do Banco do Japão de não anunciar mais estímulos monetários, apesar da reação positiva ao balanço do Facebook e notícias de fusões e aquisições. O S&P 500 caiu 0,9 por cento.

DESTAQUES

- BRADESCO fechou em baixa de 2,05 por cento, pressionadas por queda do lucro recorrente no primeiro trimestre para 4,113 bilhões de reais e salto nas provisões para perdas esperadas com calotes. Dados de crédito também estiveram no radar do setor bancário.

- VALE encerrou com as preferenciais em alta de 1,83 por cento, diante recepção benigna ao balanço do primeiro trimestre, que mostrou lucro de 6,311 bilhões de reais. Na máxima, subiu 7 por cento. A alta de preços do minério de ferro também ajudou.

- PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 0,2 por cento, apesar do fechamento positivo dos preços do petróleo, conforme as ações também seguem influenciadas por expectativas relacionadas à cena política.

- NATURA perdeu 6,09 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, após divulgar prejuízo de 69,1 milhões de reais no primeiro trimestre.

- USIMINAS recuou 4,65 por cento, tendo no radar assembleia de acionistas da empresa, que, conforme fontes a par do assunto, ampliou de 10 para 11 lugares o Conselho de Administração da companhia e passa a incluir dois conselheiros indicados pela rival CSN, que fechou quase estável. No setor, GERDAU caiu 4,08 por cento.

- BB SEGURIDADE caiu 4,34 por cento, também entre as maiores perdas, tendo no radar corte na recomendação pelo Credit Suisse para "neutra" ante "outperform", um dia após o UBS também reduzir sua recomendação para a ação.

- TELEFÔNICA BRASIL recuou 1,37 por cento, mesmo após divulgar resultado operacional do primeiro trimestre considerado forte por analistas.

- KLABIN caiu 3,74 por cento e devolveu quase toda a alta dos últimos dois dias, conforme o resultado trimestral, considerado resiliente, ficou dentro do esperado.