Na VEJA: Sem surpresas, BC mantém taxa de juros em 14,25%.

Publicado em 28/04/2016 04:33
Inflação distante da meta não deixa espaço para redução da Selic, segundo comunicado do Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira a manutenção da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, em 14,25% ao ano. A decisão foi unânime e sem viés, o que indica que não há propensão de mudança da taxa na próxima reunião.

Segundo o comunicado que acompanhou a decisão, o Copom diz reconhecer os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos (o realinhamento de preços administrados em relação aos chamados preços livres e dos preços domésticos em relação aos internacionais). "No entanto", afirma a nota, "o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária."

Esta foi a sexta vez consecutiva que o Copom manteve a taxa de juros. Ao cenário de inflação alta soma-se ainda a indefinição política, já que o processo que pode levar ao impeachment da presidente Dilma Rousseff está em andamento no Senado. Diante desse quadro, o mais prudente para o BC seria mesmo manter os juros, na avaliação de economistas.

Banco central dos EUA segura a taxa de referência entre 0,25% e 0,5% e sinaliza confiança na economia americana

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, decidiu manter, nesta quarta-feira, a taxa de juros de referência entre 0,25% e 0,5%, mas sinalizou confiança na perspectiva econômica do país, deixando a porta aberta para uma alta em junho.

Após dois dias de reunião, o comitê (FOMC, na sigla em inglês) que define a política monetária do Fed afirmou que o mercado de trabalho melhorou, apesar de uma recente desaceleração econômica, e que está acompanhando de perto a inflação. Acrescentou ainda que os obstáculos econômicos globais continuam no radar, mas removeu a referência específica que havia em seu comunicado anterior sobre os riscos que apresentavam.

Crise política é principal ameaça para economia do Brasil, diz FMI

Os principais riscos para a economia brasileira estão ligados ao cenário político turbulento, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nova análise sobre o Brasil divulgada nesta quarta-feira. A situação complicada em Brasília afetou a capacidade do governo de promover reformas econômicas essenciais, incluindo medidas para melhorar as contas fiscais, e esse movimento pode atrasar a recuperação econômica do país.

O FMI reforçou que, no Brasil, apesar do cenário externo mais difícil, a culpa dos problemas econômicos é principalmente de fatores internos, que reduziram o consumo e o investimento privado. "Vários fatores internos contribuíram para aumentar a incerteza e reduzir a demanda doméstica", diz. Entre eles, o relatório destaca principalmente a deterioração das contas fiscais em meio às dificuldades de aprovação no Congresso de medidas de ajuste e políticas econômicas inconsistentes.

A incerteza política é outro fator que tem contribuído para os baixos níveis de confiança, tanto de empresários como de consumidores, afirma o FMI. Os economistas do Fundo evitam comentar mais detalhes da situação política do país, mas ressaltam que reformas econômicas e um ajuste fiscal são essenciais para restaurar a confiança dos agentes e abrir espaço para o Brasil voltar a crescer.

"No Brasil, uma combinação de fragilidades macroeconômicas e problemas políticos tem dominado o cenário econômico", ressalta o relatório. "A deterioração da situação fiscal e da dinâmica da dívida pública também desempenha um papel no colapso da confiança, sobretudo porque as metas fiscais sinalizadas no começo de 2015 foram repetidamente cortadas."

Sem espaço para cortar as despesas rígidas do Orçamento, o Brasil pode ter que tomar medidas no curto prazo pelo lado dos impostos, afirma o FMI, sinalizando que o país pode ter que elevar tributos para melhorar as contas fiscais, que estão em trajetória de deterioração.

A previsão do FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai contrair 3,8% este ano, mesmo montante de 2015, marcando um período de recessão histórica. Em 2017, a expectativa é de economia estagnada. A expectativa do FMI é que o PIB volte a crescer ao longo de 2017, mas, na média geral do ano, a economia deve ter expansão zero.

 

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Fonte:
veja.com

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