Governo pode liberar até R$ 60 bi em crédito via bancos públicos e FGTS, dizem fontes
Por Alonso Soto
BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal pode liberar até 60 bilhões de reais em crédito por meio de bancos públicos e do FGTS como parte de um plano para estimular a economia brasileira enfraquecida, disseram duas fontes de alto escalão do governo nesta quarta-feira.
A medida deverá ser anunciada na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, na quinta-feira, quando também serão revelados planos para tirar a economia daquela que pode ser a pior recessão em um século.
"O número pode ir a 60 bilhões (de reais), mas ainda temos que fechar esses detalhes", disse uma fonte, que solicitou anonimato porque não tem autorização para falar publicamente sobre o assunto. "Esse crédito não vai ter impacto fiscal, o Tesouro não vai colocar mais capital nos bancos."
Em dezembro, o governo pagou dívidas no valor de 56 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Essa liquidez adicional dos bancos públicos e do FGTS será usada para abrir novas linhas de crédito a empresas de construção, fazendeiros, exportadores e produtores de maquinário e outros bens de capital, disse uma das fontes. O governo também está considerando um programa que permita que trabalhadores usem parte de seu FGTS para garantir empréstimos mirando o setor imobiliário.
O governo da presidente Dilma Rousseff acredita que o novo crédito vai ajudar empresas a manter seus empregados, após o fechamento recorde de 1,5 milhão de postos de trabalho no Brasil no ano passado.
Economistas vêm afirmando que novos estímulos ao crédito podem dificultar a missão do Banco Central de controlar a inflação, que superou 10 por cento e atingiu o maior nível em 12 anos em 2015.
Em relatório nesta quarta-feira, a agência de classificação de risco Fitch disse que a maior liquidez nos bancos públicos provavelmente não incentivará o crescimento dos empréstimos no Brasil devido à severa recessão e à demanda fraca por crédito.
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