Dólar bate R$ 4,10 pela 1ª vez desde setembro, com cenário externo
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar chegou a atingir 4,10 reais pela primeira vez desde setembro nesta quarta-feira, refletindo o quadro de aversão a risco nos mercados globais diante de novo tombo dos preços do petróleo.
Às 12:01, o dólar avançava 0,69 por cento, a 4,0829 reais na venda. A moeda norte-americana atingiu 4,1006 reais na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de setembro, quando alcançou 4,1551 reais.
"Prevalece a aversão a risco nos mercados internacionais. O petróleo não para de cair e todo alívio tem se mostrado temporário", disse o operador da corretora Correparti Guilherme França Esquelbek.
O petróleo nos EUA atingiu sua menor cotação desde 2003, refletindo a sobreoferta nos mercados globais e expectativas de demanda fraca diante da fraqueza no crescimento econômico global.
O recuo da commodity arrastou consigo as bolsas chinesas, ofuscando expectativas de estímulos econômicos. Preocupações com a saúde da segunda maior economia do mundo também vêm contribuindo para a apreensão nos mercados globais.
No Brasil, a pressão era corroborada por incertezas sobre a estratégia do governo para enfrentar a crise econômica. Além de preocupações com a possibilidade de que o governo possa recorrer ao afrouxamento fiscal para estimular a atividade, alguns operadores temem que o Banco Central evite aumentar os juros diante da recessão econômica.
"Não é só uma questão de fluxo", disse o operador de uma corretora nacional, referindo-se ao fato de que juros mais altos tendem a atrair para o Brasil recursos externos. "É também uma questão de incerteza, de não saber qual vai ser o quadro macroeconômico daqui a uma semana".
O BC brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 7,329 bilhões de dólares, ou cerca de 70 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.
(Por Bruno Federowski)
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