BC vê inflação acima do centro da meta em 2017, diz que será especialmente vigilante

Publicado em 23/12/2015 09:13

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central já não vê a inflação no centro da meta de 4,5 por cento em 2017, alvo que passou a buscar após reconhecer que essa convergência não mais ocorreria em 2016, destacando em seu Relatório de Inflação que conduzirá uma política monetária "especialmente vigilante" em meio à deterioração do balanço de riscos.

A expressão pavimenta o caminho para novo aumento de juros já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro, diante da crescente desancoragem das expectativas do mercado para o avanço do IPCA, alimentada por conturbado ambiente político e fiscal no Brasil.

"Embora reconheça que outras ações de política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos preços, o Copom reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manter-se especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos", trouxe o relatório do BC, divulgado nesta quarta-feira.

Pelo cenário de referência, o BC passou a ver a inflação medida pelo IPCA a 4,8 por cento em 2017. No último relatório, de setembro, o BC enxergava o índice em 4,0 por cento no terceiro trimestre de 2017.

Para 2016, o BC também ajustou sua expectativa para cima, com o IPCA a 6,2 por cento, contra 5,3 por cento anteriormente. Em relação à 2015, a projeção para a inflação subiu a 10,8 por cento, ante 9,5 por cento antes, tendo como pano de fundo uma atividade econômica também pior, com declínio do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6 por cento ante 2,7 por cento.

O BC assinalou no documento que a inflação em patamares elevados reflete também "incertezas quanto à velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição". No último relatório, BC se limitou a apontar que o movimento respondia a efeitos dos ajustes de preços relativos na economia.

O relatório ressaltou ainda que a recente depreciação cambial e a inércia inflacionária representam "riscos relevantes", afirmando, em contrapartida, que o arrefecimento dos preços monitorados e os efeitos das ações de política monetária recentemente implementadas devem favorecer a desaceleração da inflação ao consumidor.

No fim de outubro, o BC já tinha jogado a toalha em relação à convergência da inflação para o centro da meta de 4,5 por cento em 2016, estendendo esse horizonte para 2017 diante do cenário de indefinições fiscais e turbulências políticas no Brasil.

No relatório divulgado nesta manhã, reforçou que "adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 2016, e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5 por cento, em 2017".

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Fonte:
Reuters

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