Dólar sobe após Moody's sinalizar rebaixamento da nota do Brasil, mas reação ainda é contida

Publicado em 10/12/2015 10:28

O dólar subia ante o real no início dos negócios desta quinta-feira (10), após a agência de classificação de risco Moody's colocar a nota de crédito do Brasil em revisão para rebaixamento, ameaçando retirar o selo de bom pagador internacional do país.

Às 13h38, o dólar avançava 1%, a R$ 3,7745, depois de cair quase 2% na sessão passada.

O BC fez nesta quinta leilão de venda de até US$ 500 milhões com compromisso de recompra, operação que não tem como objetivo a rolagem de contratos já existentes.

Além disso, a autoridade monetária deu continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.

"Eu diria que o mercado já deu conta de boa parte do ajuste que precisa ser feito para incorporar o downgrade", disse à Reuters um operador de uma gestora de recursos internacional.

Ele afirmou que não é incomum que o mercado se antecipe ao movimento das agências de classificação de risco, lembrando que o dólar vem sendo negociado perto dos níveis em que se encontrava antes de a Standard & Poor's rebaixar o país para o grau especulativo, em setembro.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

Dólar sobe frente ao real após Moody's, mas reação é contida

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava em relação ao real nesta quinta-feira, ajustando-se à decisão da Moody's de ameaçar tirar o selo de bom pagador internacional do Brasil, mas operadores acreditavam que a reação tende a ser contida porque muitos já trabalhavam com o cenário de perda do grau de investimento nos próximos meses.

Às 10:19, o dólar avançava 1,03 por cento, a 3,7755 reais na venda, após cair quase 2 por cento na véspera.

"Eu diria que o mercado já deu conta de boa parte do ajuste que precisa ser feito para incorporar o downgrade", disse um operador de uma gestora de recursos internacional.

Ele afirmou que não é incomum que o mercado se antecipe ao movimento das agências de classificação de risco, lembrando que o dólar vem sendo negociado perto dos níveis em que se encontrava antes de a Standard & Poor's rebaixar o país para o grau especulativo, em setembro.

"Talvez o downgrade venha um pouco mais cedo do que alguns esperavam, mas isso está longe de ser algo que muda o jogo", acrescentou.

Na véspera, a Moody's colocou o rating "Baa3" do Brasil em revisão para rebaixamento, o que significa que uma ação sobre a nota pode acontecer em até 90 dias. Se isso se concretizar, o país seria classificado como "junk" por duas importantes agências, obrigando muitos fundos a vender os ativos brasileiros que detêm.

A visão dos operadores é que o dólar pode até sofrer algum estresse no curto prazo, mas não deve mudar de patamar em reação ao rebaixamento. "Vemos um rebaixamento pela Moody's nos próximos meses como praticamente inevitável", escreveram analistas do banco BBVA em nota a clientes, ressaltando que a instituição já esperava que o Brasil perdesse seu selo de bom pagador por pelo menos uma segunda agência.

Operadores ressaltaram ainda que a atuação do Banco Central tende a suavizar os movimentos do câmbio. O BC fará nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra, operação que não tem como objetivo a rolagem de contratos já existentes.

Além disso, a autoridade monetária dará continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.

O mercado está sendo praticamente guiado pelos acontecimentos políticos, sobretudo diante do processo de abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que tem tomado conta das ações no Congresso Nacional.

O mercado tem reagido de forma positiva a notícias que fortalecem as chances de impeachment, apostando que mudanças no Palácio do Planalto poderiam ajudar a recuperação econômica. No entanto, muitos operadores ressaltam que a instabilidade política pode paralisar o ajuste fiscal, o que deixa o mercado cambial mais sensível e volátil.

(Por Bruno Federowski)

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Fonte:
Reuters + G1

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