Bovespa fecha em alta de 4% guiada por Petrobras e bancos, com cena política no radar

Publicado em 09/12/2015 16:09

logo mini reuters noticias

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice em alta de quase 4 por cento nesta quarta-feira, após três pregões de perdas, em movimento guiado pelas ações da Petrobras e do setor financeiro, com a política no pano de fundo.

O Ibovespa subiu 3,75 por cento, a 46.108 pontos. Nos três pregões anteriores, o índice acumulou queda de 4,2 por cento. O volume financeiro somou 7,78 bilhões de reais.

Profissionais de renda variável atrelaram os fortes ganhos a coberturas de posições vendidas face a repercussão favorável no mercado dos últimos eventos ligados ao pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Nesta quarta-feira, o governo sofreu um novo revés na Câmara dos Deputados, imposto pela maioria dos deputados do PMDB que decidiu trocar a liderança da bancada, antes alinhada ao Executivo.

Na véspera, o governo já havia sido derrotado na eleição para os membros da comissão que analisará a questão do impeachment na Casa, com vitória da oposição. À noite, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu provisoriamente a decisão.

O Ibovespa avançou 4,49 por cento na máxima do dia, logo após a abertura positiva de Wall Street, mas atenuou os ganhos conforme os pregões em Nova York perderam o fôlego, diante da fraqueza do petróleo e queda das ações da Apple.

O entendimento entre profissionais do mercado é o de que a volatilidade no mercado local tende a permanecer elevada, com investidores não convencidos a assumir posições relevantes até alguma definição sobre a questão do impeachment.

DESTAQUES

=PETROBRAS <PETR3.SA><PETR4.SA> fechou com as ações ordinárias em alta de 10,77 por cento, maior ganho desde 3 de novembro, enquanto as preferenciais saltaram 7,29 por cento, resistindo ao enfraquecimento dos preços do petróleo. No pano de fundo dos negócios, notícia de que a companhia estaria oferecendo vender até 10 por cento da área de Libra no pré-sal, disseram fontes à Reuters. Também esteve no radar audiência pública nos Estados Unidos de ação judicial envolvendo a estatal naquele país.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO fecharam em alta de 5,42 e 5,02 por cento, respectivamente, após perdas recentes. Nos três pregões anteriores, Itaú caiu cerca de 4 por cento e Bradesco recuou ao redor de 4,5 por cento. BANCO DO BRASIL disparou 10,07 por cento, maior alta percentual diária desde outubro de 2014.

=BR PROPERTIES subiu 6,28 por cento antes de um leilão de venda das ações previsto para a quinta-feira, em operação que deve movimentar 442,5 milhões de reais. Em aviso à Agência Bovespa na terça-feira, a corretora do BTG Pactual informou que leiloará 59 milhões de ações da empresa de imóveis comerciais, ao preço de 7,50 reais por papel. O nome do acionista não foi revelado, mas fonte a par do assunto disse à Reuters que se trata do banco BTG Pactual.

=SUZANO PAPEL E CELULOSE caiu 3,58 por cento, em movimento acompanhado por todo o setor de papel e celulose, diante do declínio do dólar ante o real. Analistas do BTG Pactual também citaram em nota a clientes que dados da consultoria finlandesa Foex da véspera mostraram nova queda no preço da celulose na semana. A empresa venceu o leilão de uma das áreas no porto de Santos, realizado nesta quarta-feira, com lance de 115 milhões de reais.

=BTG PACTUAL, que não está no Ibovespa, derreteu quase 12 por cento, marcando nova cotação mínima histórica, a 13,22 reais, ainda pressionado pelos temores sobre o rumo do grupo financeiro após a prisão do seu ex-acionista controlador e fundador, André Esteves. Desde a fatídica quarta-feira de 25 de novembro, o papel acumula perda de quase 60 por cento. Os papéis ampliaram ainda mais a queda após leilão de units do BTG por volta das 16h, intermediado pela corretora BTG Pactual, com oferta inicial de 500 mil papéis a 13,44 reais. De acordo com operadores, o leilão totalizou cerca de 800 mil papéis, a 13,40 reais.

=BRASIL PHARMA despencou 23 por cento, a 6,06 reais, nova mínima recorde, contaminada pelo noticiário envolvendo BTG Pactual, sócio na rede de drogarias. O chairman e um dos principais sócios do BTG, Persio Arida, afirmou no último dia 2 que o grupo sairia de ativos considerados não estratégicos para se concentrar no negócio bancário e reforçar sua liquidez. Na segunda-feira, companhia informou que seguiria com um plano de oferta de ações que pode levantar até 600 milhões de reais. O jornal O Estado de S.Paulo informou nesta quarta-feira que o Grupo Ultra se interessaria por parte dos ativos da empresa, mas não pelo todo.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário