Cunha anuncia votação secreta para comissão do impeachment e governistas quebram urnas
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou formalmente nesta terça-feira que a eleição de membros da comissão especial que analisará o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff será por voto secreto, provocando reações de governistas no plenário da Casa.
“A decisão será essa porque o artigo 188, inciso 3, do regimento é muito claro...", disse a jornalistas.
Integrantes da bancada governista pretendiam questionar a decisão da eleição por voto secreto no plenário da Câmara e chegaram a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente da Casa anunciou o início da votação, secreta, causando tumulto no plenário.
Cunha chegou a pedir que a segurança da Câmara garantisse o acesso de deputados às urnas.
Na Veja.com: Tumulto marca eleição da comissão que analisará impeachment
Grupo de parlamentares obstruiu acesso dos colegas às cabines de votação. Governistas são contra escolha do colegiado pelo voto secreto
A abertura da votação para definição da comissão que analisará o pedido de impeachment aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, contra a presidente Dilma Rousseff foi marcada pelo clima de tensão na Casa nesta terça-feira: houve bate-boca e empurra-empurra entre parlamentares e um grupo de governistas literalmente bloqueou o acesso dos colegas às cabines de votação. Parte das urnas foi quebrada ou desligada e apenas quatro estão agora disponíveis para votação.
Assim que Cunha abriu a votação, alguns oposicionistas correram para as catorze cabines, mas apenas alguns conseguiram registrar o voto, como Bruno Covas (PSDB-SP) e Cauê Macris (PSDB-SP). Deputados de oposição a Cunha criticam o fato do presidente da Câmara ter estabelecido que a votação para escolha da comissão seja secreta.
Um recurso protocolado pelo PCdoB ao Supremo Tribunal Federal pede que a votação seja aberta. O líder do PMDB, Leonardo Picciani, aconselhou os deputados da chapa oficial a não votarem por ora - ele prefere esperar a decisão do Supremo.
Chapas - Partidos de oposição e deputados que se classificam como independentes protocolaram às 13h50 desta terça-feira uma nova chapa para concorrer à formação da comissão que vai analisar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento reúne 39 nomes, de 13 partidos, para a composição do colegiado. Como a comissão tem de ter 65 nomes, os demais ainda precisarão ser eleitos. Para que fosse formalizada, eram necessários no mínimo 33 nomes.
Já o bloco governista na Câmara dos Deputados formalizou 49 nomes, de 20 partidos diferentes, para compor a chapa oficial da comissão que dará parecer sobre o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Dos 49 nomes da chapa oficial, pelo menos dois deles - Eduardo Bolsonaro e Pastor Marco Feliciano - podem ser retirados. Isso porque os dois parlamentares do PSC integram tanto a versão oficial quanto a alternativa. Pelas regras que serão anunciadas pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, em caso de nomes duplicados serão válidas as inscrições feitas pelo próprio congressista, como ocorreu na chapa alternativa. Na lista oficial, as indicações de cada deputado foram feitas pelas lideranças partidárias, não havendo, portanto, inscrições feitas diretamente pelos deputados.
Deputados governistas estão indignados com a participação da chapa avulsa para a comissão do impeachment.
Além de fisicamente barrar oposicionistas que querem votar, estão quebrando urnas e tentando destruir cabines de votação.
Durante o tumulto, um dos deputados que estimularam a destruição das urnas foi o ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT. “Quebrem as máquinas! Quebrem as máquinas”, gritava o petista.
Apesar de algumas urnas terem sido danificadas, a maioria segue funcionando.
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