Na Veja: Temor com rumo do ajuste fiscal volta a crescer
A prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), ocorrida nesta quarta-feira, provocou abalo imediato no ajuste fiscal e colocou a equipe econômica em estado de alerta, aumentando a apreensão em relação à velocidade de retomada do crescimento da economia.
Sob impacto da prisão do senador - responsável por ter ajudado a melhorar a relação do governo da presidente Dilma Rousseff com o Senado -, o governo não conseguiu que fosse votado ontem pelo Congresso o projeto que altera a meta fiscal de 2015 - uma das mais importantes batalhas do ano - para um déficit primário.
O adiamento traz riscos legais para o governo. A presidente ficou diante de um problema dramático, cuja definição pode provocar ainda mais embaraços para seu governo até o fim do ano com o Tribunal de Contas da União (TCU).
Ao adiar para o dia 3 de dezembro a sessão do Congresso prevista para ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou Dilma diante de uma escolha difícil. Ela tem até o dia 30 para editar o próximo decreto de programação orçamentária - ainda sem a nova meta fiscal aprovada.
A escolha de Dilma será entre uma posição que pode "paralisar completamente" o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada e que permite um rombo de até 119,9 bilhões de reais nas contas públicas.
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