Dólar cai a R$ 3,81, em dia de cautela por Paris, Fazenda e Fed

Publicado em 16/11/2015 16:04

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, após alternar entre pequenas altas e baixas durante toda a sessão, com investidores adotando cautela após os ataques em Paris, em meio a ruídos sobre o Ministério da Fazenda e ante de uma série de eventos que podem trazer mais pistas sobre quando os juros começarão a subir nos Estados Unidos.

O dólar recuou 0,37 por cento, a 3,8185 reais na venda, após avançar 1,75 por cento na sexta-feira e fechar no maior nível em duas semanas. Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana alcançou 3,8621 reais.

"Foi um dia de poucos movimentos. Os investidores preferiram evitar operações grandes e ficar à espera de mais notícias", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

O presidente da França, François Hollande, fez um apelo nesta segunda-feira por uma coalizão única incluindo os Estados Unidos e a Rússia para erradicar os militantes do Estado Islâmico da Síria, após os ataques em Paris que deixaram ao menos 129 mortos.

Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, descartou nesta segunda-feira uma mudança de estratégia na luta contra o Estado Islâmico, apesar dos ataques a Paris.

"Os ataques em Paris assustam e a reação normal é buscar proteção", disse o operador da corretora Spineli José Carlos Amado. Ele ressaltou, porém, que o impacto do evento sobre os mercados é pequeno. "Não mudam os fundamentos (econômicos)", acrescentou.

No Brasil, investidores continuaram preferindo estratégias mais defensivas em meio a incertezas sobre eventual saída de Levy do Ministério da Fazenda. Rumores de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles poderia ser seu sucessor agradaram o mercado na semana passada, mas notícias de que o próximo ministro não teria autonomia completa voltaram a golpear o bom humor na sexta-feira.

Outro nome que entrou nos rumores como eventual sucessor de Levy é o do diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) Otaviano Canuto. "O mercado não conhece muito bem o Canuto mas, à primeira vista, parece que ele defende uma política fiscal rígida, o que é positivo", disse o operador da corretora de um banco nacional.

Em entrevista nesta manhã, a presidente Dilma Rousseff rechaçou as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Levy e disse que as especulações sobre o ministro são nocivas para o país.

Além disso, investidores evitaram fazer grandes operações antes da divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA e da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano, nos próximos dias.

"É uma semana repleta de eventos importantes. Quem montar uma posição agora está se arriscando bastante", afirmou o operador de uma corretora internacional.

Investidores vêm apostando que o Fed elevará os juros no mês que vem, o que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil, mas indicadores econômicos fracos e declarações menos incisivas de autoridades do Fed levantaram algumas dúvidas sobre essa perspectiva.

O Banco Central deu continuidade, nesta manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro. Até agora, a autoridade monetária rolou o equivalente a 5,909 bilhões de dólares, ou cerca de 54 por cento do lote total, que corresponde a 10,905 bilhões de dólares.

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Fonte:
Reuters

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