Dilma na Turquia: Levy fica e CPMF 'não é para se gastar mais, é para crescer mais'

Publicado em 16/11/2015 10:11
na Reuters, O Globo e FOLHA

Em O GLOBO: Dilma diz que respeita Lula, mas reafirma que Levy ‘fica onde está’
 

Em meio a especulações sobre o futuro da pasta da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff disse que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, “fica onde está”. Nos últimos dias, os mercados estiveram agitados sob rumores de que o ministro poderia deixar o cargo e de que poderia ser substituído pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

— Acho extremamente nocivas as especulações, o que me obriga a vir a público para reforçar que Joaquim Levy fica onde está — afirmou pouco antes de deixar o encontro prévio à cúpula do G-20 (as 20 maiores economias do mundo), a caminho do aeroporto de Antália, de onde segue para o Brasil.

Bem-humorada, Dilma não titubeou ao responder se tinha alguma coisa contra Meirelles:

— Não tenho nada contra ninguém. Estou na fase Dilminha paz e amor. Sou a Dilminha paz e amor — brincou, antes de deixar a sala de entrevistas.

Dilma disse que não concordava com a avaliação que teria feito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Levy tinha “prazo de validade” no posto.

— Não concordo. Não só gosto muito do presidente Lula, como é público e notório, como o respeito, mas não concordo, e não temos de concordar sobre tudo.

Ela voltou a defender a aprovação da CPMF, que considera fundamental para estabilizar a economia do país e criar as condições para acelerar o processo de saída da crise. Esta é uma das principais medidas da pauta que o xerife da pasta vem tentando aprovar nos últimos meses para promover o ajuste fiscal e buscar a retomada do crescimento do país.

— É fundamental que se aprove a CPMF. Acredito que muitos que, como eu que antes que eram contra aumentar impostos, entendem hoje que esse aumento não é para se gastar mais, é para crescer mais — disse Dilma, pouco antes de deixar a cúpula do G-20, a caminho do aeroporto de Antália, de onde já decolou de volta para o Brasil.

Segundo a presidente, o governo acaba de fazer um esforço fiscal que vai exigir, além de todas as medidas de redução de despesas para fechar as contas públicas e obter um superávit (arrecadar mais do que gastar), a “consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF”.

— É uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar e ter condições de acelerar o processo de saída crise.

MAIORIA NO CONGRESSO

A presidente afirmou que a avaliação do governo, neste momento, é de que tem maioria no Congresso. 

— Em alguns casos, uma maioria bem confortável. Em outros, mais apertada. Mas temos maioria. Eu acredito que a situação política no Brasil está cada dia mais se normalizando — destacou.

Antes de defender a aprovação da CPMF, Dilma disse ainda que o governo tem sido acusado de ter feito uma excessiva desoneração fiscal e concedido excessivos subsídios aos juros, e que isso teria levado ao desequilíbrio orçamentário.

— Somos um governo que tem um retrospecto. Diminuímos impostos. Nos últimos anos, fomos o governo que mais diminuiu impostos. Não é questão de opinião, mas de números.


 

Na FOLHA: CPMF não é para gastar, mas para crescer, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff dourou a amarga pílula que é reconhecidamente a introdução da CPMF com a afirmação de que ela "é fundamental", mas "não para se gastar mais, mas para crescer mais".

A frase foi dita em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 16, pouco após a presidente encerrar sua participação na cúpula do G20, em Antalya, no litoral do Mediterrâneo turco, e pouco antes de retornar ao Brasil.

A presidente admitiu que muitos, como ela, não queriam aumento de impostos, mas explicou a lógica da CPMF como parte, "fundamental", do "grande esforço de reequilíbrio fiscal.

Como seu ministro Joaquim Levy dissera na véspera, o acerto das contas públicas é o primeiro passo para o programa que ele chama de "1, 2, 3 do crescimento" (2 é a retomada da demanda e, 3, evitar um crescimento de pouca duração).

A presidente não respondeu a uma pergunta final sobre um eventual Plano B caso a "fundamental" CPMF não seja aprovada.

Dilma acha que "a situação política no Brasil está se normalizando", embora admita que o governo às vezes tem maioria bem confortável, mas, outras vezes, ela é mais apertada.

LEVY

A presidente reiterou que o ministro Joaquim Levy, acossado permanentemente por boatos de que está para sair ou ser demitido, "fica onde está".

Dilma disse que gosta muito e respeita muito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem dito que o prazo de validade de Levy está vencido.

"Mas - acrescentou - não concordo com ele e não tenho que concordar. Considero o ministro Joaquim Levy um grande servidor público, comprometido com a estabilidade do país".

Lamentou em seguida as especulações frequente sobre a saída dele, "que são extremamente lesivas", além de obrigá-la a reiterar, como fez nesta segunda-feira que o ministro fica onde está.

Já na saída, Dilma negou qualquer atrito com Henrique Meirelles, o ex-presidente do Banco Central, sempre apontado como eventual substituto de Levy. "Não tenho atrito com ninguém. Estou na fase Dilminha, paz e amor".

Sobre as discussões econômicas no G20, completamente ofuscadas pelo tema do terrorismo, a presidente reproduziu o debate interno já conhecido: disse que há consenso de que "persistem processos de crescimento não muito significativos" no mundo todo. E, nos emergentes, "há uma desaceleração acentuada e até recessão, como no caso do Brasil".

Dilma acha, no entanto, que o país "voltará a crescer no horizonte mais ou menos próximo [que, depois, disse ser de entre dois a três anos], na medida em que não temos grandes bolhas a superar e, as que existem, são superáveis".

Roberto Stuckert Filho/PR  
Presidenta Dilma Rousseff durante declaração à imprensa após Cúpula do G20. (Belek - Turquia, 16/11/2015) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidenta Dilma Rousseff durante declaração à imprensa após Cúpula do G20, na Turquia

 

Mercado prevê inflação acima de 10% em 2015 e PIB caindo 2% em 2016

inflação para o fechamento de 2015 deve ficar em 10,04%, segundo o centro (mediana) das previsões de economistas consultados pelo Banco Central.

Há uma semana, esperava-se 9,99% de inflação para o índice oficial, o IPCA. Os dados fazem parte do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC.

Se as previsões se confirmarem, será a primeira vez em mais de dez anos que a inflação chega a dois dígitos. A última vez que isso ocorreu foi em novembro de 2003, quando ficou em 11,02%. Naquele ano, o país enfrentava uma crise gerada pela incerteza do mercado financeiro sobre o primeiro governo do PT.

Para 2016, a inflação deve ficar em 6,5%, segundo os economistas. Há uma semana, esperava-se inflação em 6,47%. Se confirmada a expectativa, a inflação deverá ficar no limite do teto da meta do governo, que é de 6,5%, mas acima do centro da meta, de 4,5%.

PIB deve retrair 3,1% em 2015, segundo as estimativas, que se mantiveram as mesmas da semana passada. Há um mês, esperava-se uma queda de 3%.

Em 2016, o PIB deve retrair 2%. Na semana anterior, esperava-se retração de 1,9%.

Tanto para 2015 quanto para 2016 foi mantida a previsão para a meta da Taxa Selic, em 14,25% e 13,25%, respectivamente. Atualmente, a Selic está em 14,25%.

Por fim, as previsões para a taxa de câmbio no fechamento de 2015 caiu de R$ 4 para R$ 3,96, e se manteve em R$ 4,20 para o final de 2016.

 

Na REUTERS

MPF diz que compra de Pasadena pela Petrobras pode ser cancelada

Por Sérgio Spagnuolo

CURITIBA (Reuters) - Os investigadores da operação Lava Jato encontraram provas que indicam o recebimento de propina por parte de ex-funcionários da Petrobras em relação à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o que pode resultar no cancelamento do negócio, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, do Ministério Público Federal, nesta segunda-feira.

"Pudemos aprofundar as investigações e nós já temos nomes de funcionários e colaborações que indicam o recebimento de propinas", disse o procurador em entrevista coletiva em Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato.

"É importante este caso porque, quem sabe, com estas provas, nós consigamos, talvez, ou anular a compra, ou quem sabe talvez ressarcir o patrimônio público brasileiro", acrescentou.

A controversa aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006, é investigada por vários órgãos. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou em dezembro do ano passado perdas de 659,4 milhões de dólares da Petrobras na compra da refinaria.

Ao final do processo de aquisição, a estatal pagou 1,25 bilhão de dólares por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de 685 milhões de dólares em melhorias operacionais e manutenção.

A compra da "ruivinha" --chamada assim por causa da ferrugem na refinaria, segundo Lima-- foi um "péssimo negócio" em que muitos se beneficiaram, disse o procurador.

Houve pagamento de propina por parte da Astra Oil, empresa que vendeu a refinaria à estatal, a então funcionários da Petrobras, afirmou Lima.

A compra da refinaria de Pasadena é um dos alvos da nova etapa da operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda, assim como a construção da Rnest, refinaria também conhecida como Abreu e Lima.

Na nova etapa da Lava Jato, que recebeu o nome "Corrosão", foram expedidos 18 mandados judiciais tendo como alvo ex-funcionário da estatal suspeitos de recebimento de propina em contratos relacionados às duas refinarias.

Em uma outra frente da nova fase, a PF investiga atuação de um novo operador financeiro no esquema identificado como facilitador de movimentação de recursos indevidos pagos a membros da diretoria de Abastecimento da Petrobras, à qual estão vinculadas as refinarias brasileiras.

"Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentre outros crimes em apuração", disse a PF no comunicado.

Um dos primeiros presos da Lava Jato foi o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que ficou no cargo entre 2003 e 2008, intervalo em que a Petrobras realizou a compra da refinaria de Pasadena.

A Lava Jato prendeu ainda os ex-diretores de Serviços e de Abastecimento, Renato Duque e Paulo Roberto Costa, respectivamente, e Jorge Zelada, que sucedeu Cerveró na área internacional.

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Fonte:
Reuters/ Globo/Folha de S. Paulo

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1 comentário

  • Érico Batista da Silva Soledade - RS

    ESTA MULHER SÓ SABE FALAR EM AUMENTAR IMPOSTOS, MAS CORTAR OS CCs que hoje o brasil tem 101.313, isto ela não fala, agora dar aumento aos presidiários acima dos aposentados isto ela dá, como se presidiários fossem uma profissão, acho que ela esta adivinhando que mais tarde ela poderá fazer parte desta elite de coxinhas.

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