(Reuters) - As ações norte-americanas tiveram seu pior pregão em mais de um mês nesta quinta-feira, com os preços menores das commodities pressionando papéis de energia e matéria-prima, e comentários de um membro do Federal Reserve sugeriram proximidade de um aumento da taxa de juros.
O índice Dow Jones caiu 1,44 por cento, a 17.448 pontos, o S&P 500 recuou 1,4 por cento, a 2.045 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 1,22 por cento, a 5.005 pontos.
A queda afetou todos os 10 principais setores do S&P e empurrou os índices Dow e S&P500 para baixo de suas médias de móveis de 200 dias, o que alguns traders acreditam que prenuncia mais declínios.
Investidores mantêm um olhar atento sobre se o Fed vai aumentar em dezembro a taxa de juros pela primeira vez em quase uma década, como é amplamente esperado após a divulgação de fortes dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Em um discurso nesta quinta-feira, a chair do Fed, Janet Yellen, não fez comentários sobre a economia ou o momento de um aumento dos juros.
Mas o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disse que "é bem possível que as condições definidas pelo Comitê Federal de Mercado Aberto para começar a normalizar a política monetária sejam atendidas em breve."
Sinal para aumento dos juros: Inflação nos EUA vai subir, diz Fischer, do Fed
WASHINGTON (Reuters) - A inflação nos Estados Unidos deve acelerar no ano que vem, com o desaparecimento das pressões relacionadas ao dólar forte e os preços baixos de energia, afirmou o número dois do Federal Reserve nesta quinta-feira, acrescentando que a economia tem tido um bom desempenho devido, em parte, ao adiamento na elevação da taxa de juros.
O vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, reforçando a certeza de que uma inflação maior está próxima, disse esperar que o índice de inflação preferido do banco central norte-americano suba para 1,5 por cento no ano que vem e atinja a meta de 2 por cento no "médio prazo".
"Algumas das forças que mantêm a inflação em baixa em 2015, particularmente aquelas ligadas a um dólar mais forte e os baixos preços de energia, começarão a desaparecer no próximo ano", disse ele durante uma conferência de pesquisadores e participantes do mercado no Fed.
"Embora a valorização do dólar e a fraqueza externa têm sido um choque considerável, a economia dos EUA parece estar resistindo a isso razoavelmente bem, apesar de seus grandes efeitos sobre determinados setores da economia muito expostos ao comércio internacional"
Índice de ações europeias têm maior queda desde setembro
LONDRES (Reuters) - Um dos mais importantes índices de ações da Europa registrou sua maior queda em seis semanas nesta quinta-feira, com a fraqueza do mercado acionário norte-americano e dos preços das commodities, juntamente com resultados corporativos ruins, levando as ações para baixo.
O índice FTSEurofirst 300 fechou em queda de 1,61 por cento, a 1.470 pontos, maior queda diária desde 28 de setembro.
O índice enfraqueceu com Wall Street, depois que dados de emprego ratificaram a perspectiva de que o Federal Reserve poderá aumentar os juros em dezembro.
Os resultados corporativos mais fracos do que o esperado na Europa incluíram outro alerta da Rolls-Royce, o que levou as ações da fabricante de motores britânica a despencarem 19,6 por cento-- maior recuo percentual diário em 15 anos.
O setor de commodities foi o que registrou maior queda, com as empresas de matérias-primas caindo 4,2 por cento e as empresas de energia recuando 3,1 por cento.
Um dólar forte e preocupações sobre excesso de oferta levaram o cobre a um nível mais baixo em seis anos, enquanto um relatório da Opep de que uma oferta excessiva de petróleo vai persistir derrubou o preço do Brent.
"Combine oferta abundante com uma perspectiva de dólar forte, e os preços das commodities vão sofrer", disse Chris Faulkner MacDonagh, estrategista de mercados globais da Standard Life.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,88 por cento, a 6.178 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,15 por cento, a 10.782 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,94 por cento, a 4.856 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,35 por cento, a 21.859 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,25 por cento, a 10.144 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,24 por cento, a 5.184 pontos.