Dólar sobe e encosta em R$3,80 por aposta em alta de juros nos EUA
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta nesta quarta-feira e encostou em 3,80 reais, após dados fortes sobre o setor de serviços dos Estados Unidos e declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, alimentarem apostas de que o banco central norte-americano deve elevar os juros ainda neste ano, reduzindo a atratividade de investimentos em países emergentes.
O dólar avançou 0,69 por cento, a 3,7967 reais na venda, após atingir 3,7466 reais na mínima e 3,8163 reais na máxima da sessão. A moeda norte-americana também avançava contra outras divisas como os pesos chileno e mexicano.
Na véspera, o dólar havia caído 2,39 por cento e voltado a 3,7705 reais, influenciada pela atuação do Banco Central brasileiro e por expectativas de entradas de recursos no país.
"As apostas de que o Fed vai aumentar os juros em dezembro cresceram", disse o economista da 4Cast, Pedro Tuesta, referindo-se à próxima reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Yellen afirmou, poucas horas após a divulgação de números fortes sobre o setor de serviços, que o aumento de juros em dezembro é uma possibilidade viva e reforçou que o Fed deve adotar uma estratégia gradual no aperto monetário após dar o primeiro passo.
Para Tuesta, no entanto, as expectativas sobre a política monetária ainda podem mudar de direção se o relatório de emprego do governo norte-americano, que será publicado na sexta-feira, vier muito aquém do esperado.
Nesta sessão, os dados dos EUA e as declarações de Yellen impulsionaram a moeda norte-americana, que havia passado a primeira metade do pregão alternando entre leves altas e baixas frente ao real, embalada pelo tom positivo nos mercados externos após avanço das bolsas chinesas.
"O apetite por risco desapareceu. Parece que o Fed conseguiu convencer o mercado de que os juros vão subir em breve", disse o operador de uma corretora nacional.
O próximo foco, segundo operadores, é a votação na Câmara dos Deputados do projeto que permite a regularização de bens brasileiros não declarados no exterior, que pode provocar significativas entradas de recursos no país.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro, vendendo a oferta total de até 12.120 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 1,186 bilhão de dólares, ou cerca de 11 por cento do lote total, que corresponde a 10,905 bilhões de dólares.
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